Com a chegada do Dia Mundial da Terra (22 de abril), um novo levantamento revela o aumento expressivo do interesse dos brasileiros por práticas de descarte mais conscientes.
Nos últimos dois anos, as buscas no Google pelo termo “como descartar” cresceram 84%, somando mais de 300 mil consultas.
A tendência indica uma maior conscientização ambiental e revela as dúvidas mais comuns da população em relação à destinação correta de resíduos.
Entre os materiais que geram mais questionamentos estão eletrônicos, produtos químicos e vidro — categorias que exigem atenção especial e procedimentos específicos para evitar danos ao meio ambiente.
A seguir, o estudo detalha os itens mais buscados e os locais recomendados para o descarte adequado.
Falta de informação dificulta descarte ambientalmente correto
Mesmo com metas previstas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, o Brasil ainda enfrenta desafios estruturais e de conscientização em relação ao descarte adequado de resíduos.
Segundo a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), 41% dos resíduos gerados no país em 2023 foram descartados de forma incorreta, acumulando-se em lixões e córregos urbanos.
Nesse contexto, cresce o interesse por informações sobre o destino correto de materiais.
Levantamento da Bulbe Energia, plataforma de energia solar por assinatura, aponta que as buscas pelo termo “como descartar” aumentaram 84% entre março de 2023 e março de 2025, ultrapassando 300 mil pesquisas no período.
Eletrônicos, produtos químicos e vidro concentram dúvidas
O estudo identificou os itens que mais despertam dúvidas entre os brasileiros no momento do descarte.
A liderança do ranking ficou com os resíduos eletrônicos e eletrodomésticos, responsáveis por 35% das pesquisas.
Pilhas, baterias, CDs, celulares, geladeiras e acessórios foram os mais citados.
Esses materiais, que exigem descarte específico, devem ser levados a ecopontos, lojas autorizadas ou programas de logística reversa.
Na segunda posição, aparecem os resíduos químicos e hospitalares, com 22% das buscas.
Itens como chapas de raio-X, tintas, soda cáustica, venenos e termômetros de mercúrio são considerados perigosos.
Seu descarte deve ser feito em farmácias, postos de saúde ou em pontos autorizados, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor.
Em terceiro lugar, com 18%, estão os resíduos de vidro.
A busca envolve dúvidas sobre como descartar garrafas, espelhos, cacos e vidros temperados.
A recomendação é encaminhá-los à coleta seletiva ou, caso não sejam recicláveis, embalar adequadamente para descarte no lixo comum.
Veja onde descartar cada tipo de resíduo
Pilhas: devem ser entregues em Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) localizados em supermercados, farmácias ou lojas de eletrônicos.
Raio-X: devem ser descartadas em hospitais, laboratórios ou empresas de reciclagem que reaproveitam a prata e o plástico.
Tinta: à base de água pode ser descartada em ralos com esgoto tratado. As à base de solvente devem secar antes do descarte no lixo comum ou ir para pontos especializados.
Geladeira: contém gás e metais pesados, exigindo descarte em centros especializados ou programas de logística reversa.
Veneno: embalagens devem ser lavadas, furadas e encaminhadas a pontos de coleta de resíduos perigosos.
Isopor: reciclável, mas precisa estar limpo e seco. Pode ser descartado em ecopontos ou cooperativas.
Coleta seletiva e reciclagem
Garrafa de vidro: deve ser levada a pontos de coleta seletiva. Se quebrada, deve ser embalada para evitar acidentes.
CD: recicláveis, devem ser levados a centros de eletrônicos ou usados em projetos de reaproveitamento.
Espelho quebrado: não reciclável, deve ser descartado no lixo comum, com proteção para evitar cortes.
Giletes: devem ser envolvidas em papel ou embaladas em recipientes rígidos antes do descarte no lixo comum.
Reutilização ou descarte especial
Sofá: pode ser doado a ONGs, agendado com coleta pública ou encaminhado via plataformas como Cataki.
Madeira: deve ser descartada em ecopontos ou empresas especializadas em resíduos de construção.
Metodologia do estudo
A Bulbe Energia analisou as expressões “como descartar” e “descarte de”, entre março de 2023 e março de 2025, para identificar os resíduos que mais geraram dúvidas entre internautas brasileiros.
O resultado gerou um ranking de materiais mais procurados para descarte correto, revelando uma lacuna de informação ambiental no país.