O escritor francês Jean d’Ormesson (foto/reprodução internet) cunhou um neologismo devastador: ineptocracia. Um sistema onde os menos preparados para governar são eleitos pelos menos preparados para produzir. O resultado? Um ciclo vicioso em que a incompetência sobe ao poder com a bênção da improdutividade — e tudo é financiado por uma minoria cada vez mais desmotivada que trabalha, gera riqueza e sustenta o aparato. No Brasil, o termo cai como luva. A engenharia política recente parece premiar a ignorância e punir o mérito. Produzir virou pecado. Empreender é ser alvo. Governar, hoje, não exige preparo, exige populismo. Os que sustentam a máquina, no fim, são chamados de “privilegiados” — e os que dependem dela, de “direito adquirido”. A ineptocracia é a antítese da meritocracia. É a consagração do colapso: os que nada sabem elegem os que nada fazem, para administrar o que resta dos que ainda insistem em fazer alguma coisa.
