As tarifas de Trump e suas ameaças contra o Federal Reserve continuaram a abalar os investidores nesta segunda-feira, com ações, petróleo e dólar americano enfraquecendo. O ouro, por outro lado, atingiu um novo recorde histórico.

Os mercados americanos, reabrindo após o feriado da Sexta-feira Santa, apontavam para uma abertura em queda, com os futuros do S&P 500 recuando 1%. O ouro disparou, à medida que investidores buscavam ativos desvinculados do dólar.

Na Ásia, o índice Nikkei 225 do Japão caiu 1,3%, após ter subido na semana anterior com esperanças de acordo comercial com os EUA. Em Taiwan, as ações caíram 1,5%. Japão e Taiwan, ambos altamente dependentes do comércio com os EUA, estão entre os piores desempenhos da Ásia neste ano.

Muitos mercados, como Hong Kong, Austrália e parte da Europa, permaneceram fechados devido aos feriados de Páscoa.

O preço do petróleo, que já caiu 24% desde meados de janeiro, recuou quase 3% na segunda-feira, com o Brent sendo negociado a cerca de US$ 66 o barril. O petróleo, considerado termômetro do crescimento econômico futuro, vem sendo pressionado pela expectativa de que as tarifas de Trump prejudiquem o comércio internacional.

O dólar continuou sua queda contra quase todas as principais moedas, recuando mais de 1% em relação ao euro e atingindo o menor nível em mais de três anos. Contra o iene japonês e o franco suíço, o dólar atingiu os patamares mais baixos em anos.

Trump também elevou as tensões ao atacar publicamente Jerome Powell, presidente do Fed, afirmando que poderia removê-lo rapidamente, o que agravou a preocupação dos mercados com a estabilidade da política monetária americana.

Win Thin, diretor da Brown Brother Harriman, declarou que a fraqueza do dólar deve continuar, embora o crescimento econômico mais fraco possa limitar o fortalecimento de outras moedas.

Economistas projetam que as novas tarifas impulsionarão preços e desacelerarão o crescimento econômico global. Enquanto isso, Trump afirma que diversos parceiros comerciais buscaram acordos para evitar as tarifas sufocantes, mas até o momento nenhum acordo foi anunciado.

Dados da Coreia do Sul já mostram sinais de alerta: as exportações para os EUA caíram mais de 14% nos primeiros 20 dias de abril, um indício preocupante para as exportações asiáticas nos próximos meses.

Grandes empresas como Tesla, Alphabet e Intel divulgarão seus resultados nesta semana, e os analistas acompanharão atentamente os impactos das novas políticas comerciais em seus balanços.

O FMI, por sua vez, antecipou que suas novas projeções econômicas mostrarão crescimento mais lento e inflação mais alta globalmente.

A corrida para o ouro reflete essa crescente incerteza: o metal precioso subiu quase 30% neste ano, ultrapassando US$ 3.400 a onça pela primeira vez.

Autor: Kevin Granville
Data de publicação: 21 de abril de 2025
Fonte: The New York Times

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Last Update: 21/04/2025