Papa Francisco rezando na Basílica de Santa Maria Maggiore em abril de 2025. Foto: Vatican News

Na madrugada desta segunda-feira (21), morreu aos 88 anos na Casa Santa Marta, o papa Francisco no Vaticano, Itália. O pontífice, que liderou a Igreja Católica desde 2013, faleceu enquanto dormia, de acordo com informações oficiais da Santa Sé.

Em vida, o papa argentino deixou registrado o desejo de ter um funeral simples, e promoveu mudanças significativas no rito das cerimônias fúnebres papais. Ele será sepultado em um caixão de madeira, conforme as novas normas litúrgicas que ele próprio ajudou a reformular.

As alterações aprovadas por Francisco representam uma flexibilização de tradições centenárias. O novo livro litúrgico — que substitui o texto de 1998, adotado ainda no pontificado de João Paulo II — determina que os papas não precisam mais ser enterrados nos tradicionais três caixões de cipreste, chumbo e carvalho. A medida é vista como um gesto simbólico de humildade e desapego.

Segundo o arcebispo Diego Ravelli, mestre das Celebrações Litúrgicas do Vaticano, as mudanças foram feitas a pedido direto de Francisco, que desejava que os ritos refletissem sua missão pastoral, não uma posição de poder. “O Papa pediu que os ritos expressassem melhor a fé da Igreja em Cristo ressuscitado”, afirmou Ravelli.

Outras modificações incluem a verificação oficial da morte realizada na capela, e não mais no quarto papal, além da exposição do corpo em caixão aberto para visitação pública. A nova normativa também permite o sepultamento de papas fora do Vaticano, algo que antes era restrito às criptas da Basílica de São Pedro.

Pontífice expressou o desejo de ser enterrado na basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. Foto: getty images

Em 2023, o Papa Francisco manifestou o desejo de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez das tradicionais Grutas Vaticanas sob a Basílica de São Pedro, onde estão enterrados a maioria dos pontífices. A escolha revela sua profunda devoção à imagem da Virgem Maria “Salus Populi Romani”, abrigada no santuário mariano.

A decisão também reforça o vínculo de Francisco com a espiritualidade popular. Santa Maria Maggiore foi o primeiro local que ele visitou após sua eleição, em 2013 — gesto que repetiu antes e depois de viagens importantes, sempre em sinal de confiança e gratidão à Virgem.

Desde o início de seu pontificado, Francisco adotou um estilo de vida marcado pela simplicidade e proximidade com o povo. Recusou-se a morar no Palácio Apostólico, preferindo o modesto hotel Domus Sanctae Marthae, usou veículos simples e defendeu, com insistência, uma “Igreja pobre para os pobres”.

Sua morte encerra uma era de reformas e gestos simbólicos, marcada por esforços para tornar a Igreja mais acolhedora, menos clerical e mais voltada à justiça social. Seu legado não se restringe aos documentos e discursos: está também nos pequenos gestos e na coerência entre palavra e ação.

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Last Update: 21/04/2025