
A médica obstetra Anna Beatriz Herief, conhecida nas redes como Bia Herief, teve seu registro profissional suspenso pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) após denúncias de diversas mulheres que afirmam ter sido vítimas de violência obstétrica durante partos conduzidos por ela. As informações são do programa Fantástico.
Apesar de ser uma defensora do parto humanizado e crítica do uso excessivo de cesarianas, Herief é acusada de práticas consideradas inadequadas e potencialmente prejudiciais às pacientes. Com quase 250 mil seguidores nas redes sociais, ela ganhou notoriedade como influenciadora ao promover o parto natural com equipes especializadas — um serviço que podia custar até R$ 20 mil.
A promessa de um parto mais humanizado atraiu muitas seguidoras, que acabaram se tornando pacientes. No entanto, algumas dessas mulheres agora relatam experiências traumáticas, alegando terem sido submetidas a procedimentos abusivos durante o trabalho de parto.
Um dos casos mais impactantes é o da médica Isadora, que afirma ter enfrentado cinco dias de trabalho de parto sob os cuidados de Herief. Segundo seu relato, a obstetra teria administrado ocitocina — hormônio utilizado para intensificar as contrações — sem seu consentimento, mesmo diante de pedidos por analgesia e cesariana.
Em nota, Bia Herief negou as acusações e declarou que sempre solicita o consentimento das pacientes antes de realizar qualquer procedimento.

Outro caso é o de Roberta, nutricionista que também confiava no trabalho de Bia Herief. Após horas em trabalho de parto, ela precisou ser submetida a uma cesariana. No entanto, no pós-operatório, começou a sentir dores intensas. Mais tarde, descobriu que uma artéria havia sido costurada de forma inadequada, o que causou complicações graves e dores permanentes. A defesa de Roberta contratou um perito médico, que identificou erros cirúrgicos e indícios de negligência durante o procedimento.
Larissa, que enfrentava uma gravidez de alto risco, também foi atendida pela obstetra. Durante o parto, Herief utilizou um vácuo-extrator para auxiliar na saída do bebê, ultrapassando o número recomendado de tentativas. O bebê nasceu sem sinais vitais, mas foi reanimado, embora tenha apresentado complicações. O uso excessivo do aparelho foi apontado como uma das falhas no atendimento.
O relato de Bianca é ainda mais impactante. Com um quadro de hipertensão, ela conta que recebeu uma mensagem da médica sugerindo a indução do parto antes de completar 36 semanas de gestação. Durante o procedimento, a equipe não conseguiu detectar os batimentos cardíacos do bebê, que acabou falecendo. Bianca afirma ainda que Herief a orientou a mentir sobre sua condição clínica para evitar uma internação em UTI.
As denúncias por suposta negligência e condutas inadequadas resultaram na suspensão do registro profissional da médica pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, que prorrogou a interdição por mais seis meses enquanto o processo de cassação definitiva segue em andamento. Em nota, a Federação Nacional das Associações de Ginecologia e Obstetrícia reiterou que o parto normal é, na maioria dos casos, a forma mais segura de dar à luz, mas destacou a gravidade das acusações feitas contra a médica.
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