Papa Francisco apresentava pioras graduais em sua saúde ao longo dos anos. Foto: REUTERS/Guglielmo Mangiapane

O Papa Francisco, líder da Igreja Católica, faleceu na madrugada desta segunda-feira (21), aos 88 anos, no Vaticano. A morte foi confirmada pelas autoridades da Santa Sé nas primeiras horas da manhã, um dia após sua última aparição pública durante a celebração da Páscoa, na Basílica de São Pedro, em Roma.

Na missa de domingo, o Pontífice já demonstrava visível fragilidade. Com a voz enfraquecida, fez um breve aceno aos fiéis e desejou uma feliz Páscoa — sua despedida pública após um período marcado por aparições limitadas, reflexo da saúde cada vez mais debilitada nos últimos meses.

Os problemas de saúde do Papa se agravaram no início de fevereiro, quando o Vaticano anunciou que ele cumpriria seus compromissos em casa para tratar uma bronquite. Poucos dias depois, em 14 de fevereiro, ele foi internado no Hospital Gemelli, em Roma. Exames identificaram uma infecção polimicrobiana, caracterizada pela presença simultânea de múltiplos microrganismos no organismo.

Segundo especialistas, em pacientes idosos, esse tipo de infecção costuma ter início com um vírus que enfraquece o sistema imunológico, facilitando a instalação de infecções bacterianas secundárias. No caso de Francisco, a situação era ainda mais delicada: a pneumonia diagnosticada era bilateral, afetando ambos os pulmões. A gravidade era agravada por uma condição preexistente — o Papa havia perdido parte de um pulmão aos 21 anos, após um episódio de pleurisia.

Após 37 dias de internação, ele recebeu alta em 23 de março. Apesar do quadro delicado, conseguiu realizar breves aparições públicas, incluindo a da Páscoa. No entanto, sua agenda permanecia reduzida, e fontes próximas relatavam que seu estado de saúde exigia atenção constante.

Primeira aparição pública após internação de 40 dias. Foto: Yara Nardi/Reuters

Ao longo de seu pontificado, o Papa Francisco enfrentou uma série de desafios relacionados à saúde. Logo no início de seu papado, revelou que havia perdido parte de um pulmão na juventude, consequência de uma pleurisia.

Em 2015, começaram as dores nas costas e no quadril, provocadas por uma estreiteza nas vértebras lombares, o que passou a comprometer sua mobilidade. Nos anos seguintes, a artrose nos joelhos o levou a utilizar cadeira de rodas com frequência. Ele também sofreu com crises recorrentes de dor no nervo ciático, que chegaram a impedi-lo de celebrar cerimônias importantes, como a missa de Ano Novo em 2020.

Em 2021, o Pontífice foi submetido a uma cirurgia para remoção parcial do cólon, em decorrência de um quadro de diverticulite. Dois anos depois, enfrentou uma nova operação para correção de uma hérnia incisional — conhecida como laparocele — causada pela intervenção anterior. A condição resultava em episódios de obstrução intestinal.

Em 2024, Francisco sofreu quedas que provocaram lesões no queixo e no antebraço. Apesar de não haver fraturas, precisou usar tipoia e passou a ser monitorado de forma ainda mais rigorosa pela equipe médica do Vaticano. Os episódios mais recentes indicavam um avanço na fragilidade de sua saúde — um sinal do agravamento que culminaria em sua morte nesta segunda-feira.

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Last Update: 21/04/2025