No próximo dia 10 de maio, a capital paulista será palco de um importante ato nacional em homenagem à vitória da União Soviética contra o nazismo, que completa 80 anos em 2025. O evento acontecerá na Academia Paulista de Letras, em uma iniciativa da Internacional Antifascista – seção Brasil, frente única composta por organizações da esquerda, entre elas o Partido da Causa Operária (PCO), que vêm promovendo mobilizações em todo o País em defesa da memória histórica da luta antifascista e contra as expressões contemporâneas do imperialismo mundial.
A escolha da data busca adaptar a celebração ao fim de semana, embora o Dia da Vitória seja tradicionalmente comemorado em 8 de maio – ou em 9 de maio, no caso da Rússia, devido ao fuso horário. O objetivo é reunir o maior número possível de trabalhadores, ativistas e juventude na capital paulista para relembrar a vitória histórica do Exército Vermelho sobre as tropas de Adolf Hitler e, ao mesmo tempo, denunciar a atual ofensiva do imperialismo, que estaria promovendo guerras, sanções, genocídios e golpes contra governos populares ao redor do mundo.
De acordo com Henrique Simonard, dirigente nacional do PCO, o ato “é mais uma forma de mostrar nossa solidariedade ao povo russo, que teve um papel fundamental há 80 anos, derrotando a Alemanha nazista e impedindo o avanço do fascismo em toda a Europa”. Simonard reforça que, ao contrário da narrativa promovida pelas potências ocidentais, foi a União Soviética que liderou o esforço militar decisivo para derrotar o Terceiro Reich. “Essa foi não só uma grande vitória do povo russo, mas também uma grande vitória para todos nós”, afirmou.
A data, particularmente significativa na Rússia, é considerada pela maioria da população como a mais importante do calendário nacional. Para os militantes da Internacional Antifascista, relembrar esse momento é também uma forma de denunciar os atuais ataques promovidos pelos países imperialistas, como os Estados Unidos, a União Europeia e seus aliados, que impõem sanções à Rússia e apoiam regimes alinhados com o capital financeiro internacional, em especial nos dias atuais, quando ocorre a guerra na Ucrânia.
Além do ato na Academia Paulista de Letras, a organização está promovendo plenárias preparatórias que ocorreram no Rio de Janeiro e em São Paulo, com ampla participação de militantes de diferentes movimentos populares e organizações de esquerda. No Rio, estiveram presentes, entre outros, representantes do PCB, MST, Comitê de Solidariedade a Cuba, Associação José Martí, Auditoria Cidadã da Dívida Pública e Casa América Latina.
Na avaliação de Uriel Roitman, também da direção do PCO, o momento político exige uma resposta unitária da esquerda.
“Estamos diante de uma contraofensiva extremamente agressiva do imperialismo, que pretende reforçar a política neoliberal em todos os países do mundo. Vemos isso com o golpe na Argentina, onde Milei aplica políticas devastadoras contra o povo, e com o que aconteceu no Equador, onde as eleições foram completamente fraudadas”, afirmou.
Roitman destaca que a Internacional Antifascista surge como espaço de unidade para todos os setores que desejam enfrentar o imperialismo.
“Esse ato será o primeiro de uma frente de várias organizações que querem lutar contra o maior inimigo da humanidade. Todos os que estão do lado da luta popular – seja na Venezuela, em Cuba, na Palestina ou mesmo nos países imperialistas – estão convocados.”
O ato também pretende destacar expressões contemporâneas do nazismo, como o sionismo, que tem promovido genocídio contra o povo palestino com o apoio das principais potências mundiais. A conexão entre passado e presente é, portanto, um dos eixos principais da mobilização, que pretende denunciar o papel do imperialismo na manutenção de conflitos, massacres e repressões políticas.
Segundo comunicado da organização, a programação completa será divulgada nos próximos dias, incluindo intervenções culturais e políticas. Haverá ainda panfletagens em diversas regiões e distribuição de materiais de convocação voltados à juventude, trabalhadores e movimentos populares.
