O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante discurso na Casa Branca, em março. Foto: Roberto Schmidt/AFP

Em uma medida que reacende o debate entre preservação ambiental e interesses econômicos, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, liberou a pesca comercial em uma das maiores áreas marinhas protegidas do mundo. A decisão marca um retrocesso nas políticas de conservação oceânica adotadas por administrações anteriores e ameaça ecossistemas ricos em espécies ameaçadas.

O decreto assinado por Trump autoriza atividades industriais no Monumento Nacional Marinho do Patrimônio das Ilhas do Pacífico, localizado a cerca de 1.200 quilômetros do Havaí. Criada em 2009 pelo então presidente George W. Bush e ampliada por Barack Obama em 2014, a área ocupa 1,3 milhão de quilômetros quadrados e abriga tartarugas-marinhas, baleias e corais raros.

Junto com a liberação da reserva, Trump também assinou um segundo decreto exigindo que o Departamento de Comércio reavalie normas que impactam a indústria pesqueira e de aquicultura. O Departamento do Interior também foi acionado para revisar outras áreas protegidas e sugerir possíveis flexibilizações.

Área de conservação foi estabelecida em 2009 pelo presidente George W. Bush e ampliada em 2014 por Barack Obama, alcançando 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Foto: John Foxx/Stockbyte/ThinkStock/VEJA

Durante a cerimônia, Trump afirmou que os Estados Unidos devem liderar o setor global de frutos do mar e criticou os limites impostos por governos anteriores, que, segundo ele, forçavam comunidades locais a se deslocarem grandes distâncias para pescar fora das zonas de proteção.

A decisão foi comemorada por parlamentares republicanos e por pescadores da região do Pacífico, que há anos pressionavam por maior acesso às águas antes restritas. No entanto, ambientalistas e cientistas alertam para os perigos de liberar a pesca em ecossistemas frágeis e com importância global para a biodiversidade marinha.

Organizações como o Centro para Diversidade Biológica classificaram a decisão como um “presente para as frotas de pesca industrial”. Já o ecologista Robert H. Richmond, da Universidade do Havaí, defendeu que reservas como essa não apenas protegem espécies, mas ajudam a manter a pesca sustentável ao longo do tempo, funcionando como berçários naturais.

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Last Update: 20/04/2025