O assassinato de Bruna Oliveira da Silva, 28 anos, mestranda em Mudança Social e Participação Política pela Universidade de São Paulo (USP), reacendeu debates sobre violência de gênero, falhas na segurança pública e o papel do Estado na proteção das mulheres.
O corpo de Bruna foi localizado na última quinta-feira (17) nos fundos de um estacionamento em Itaquera, zona leste de São Paulo. Ela estava desaparecida desde o domingo anterior.
Bruna foi encontrada apenas de roupas íntimas, com sinais de violência. Até o momento, a polícia não confirma se houve violência sexual. A Delegacia de Homicídios assumiu a investigação e ainda não há suspeitos identificados. O namorado foi ouvido e descartado como envolvido.
Bruna havia avisado à mãe, por telefone, que havia perdido o ônibus e que o celular estava com pouca bateria. A família enviou dinheiro para um carro por aplicativo, mas a jovem nunca chegou em casa. Seu último acesso ao celular foi registrado às 22h21.
Militante feminista e mãe de um menino de sete anos, Bruna era conhecida por seu engajamento em pautas sociais e educacionais. Estava prestes a se casar e fazia estágio em uma escola pública. Segundo relatos da mãe, Maria Oliveira, a jovem tinha medo constante da violência urbana: “Ela estudava a violência contra a mulher e morreu exatamente como mais temia”, disse a mãe de Bruna à TV Globo.
O desaparecimento mobilizou familiares e amigos nas redes sociais. A USP divulgou nota lamentando o ocorrido e destacou o comprometimento acadêmico de Bruna. Atos simbólicos e manifestações foram organizados por colegas, enquanto a circulação de vídeos do corpo gerou indignação sobre o tratamento midiático e sensacionalista do caso.
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