
Bruna Oliveira da Silva, 28 anos, estudante e ativista feminista, foi encontrada morta na quinta-feira (17) nos fundos de um estacionamento na Vila Carmosina, Zona Leste de São Paulo. A jovem, mãe de um menino de 7 anos, havia desaparecido no domingo (13) ao voltar para casa após passar o fim de semana na casa do namorado, no Butantã.
Em entrevista à TV Globo, a mãe de Bruna, Simone da Silva, desabafou sobre a dor da perda: “Minha filha sempre lutou em prol do feminismo. Ela era muito contra a violência contra a mulher. Ela estudava isso e morreu exatamente como ela mais temia e como eu mais temia”.
Bruna pegou o metrô na Zona Oeste e desceu na estação Corinthians-Itaquera por volta das 22h20. Ela ligou para a mãe avisando que havia perdido o ônibus e que o celular estava com pouca bateria. Carregou o aparelho rapidamente em uma banca de jornal e combinou de pegar um carro por aplicativo após receber uma transferência via Pix.
“O último contato de visualização que ela tem no celular é às 22h30. A pessoa que pegou ela, pegou em menos de 5 minutos depois que falei com a minha filha”, relatou Simone. A distância entre o metrô e a casa da família era de apenas 10 minutos a pé.
O pai de Bruna, Florisvaldo Araújo de Oliveira, estava em casa com o neto esperando a filha chegar para poder ir trabalhar. Como ela não apareceu, ele desistiu do turno e acabou dormindo. Só na manhã seguinte percebeu que Bruna não havia voltado. A família registrou um boletim de ocorrência e iniciou buscas pela região.

Quatro dias depois, o corpo da jovem foi encontrado com marcas de agressão em um estacionamento na Avenida Miguel Ignácio Curi. A família reconheceu Bruna pelas tatuagens no IML na última sexta-feira (18).
Simone descreveu a filha como sua “maior inspiração”: “Ela falava para mim: ‘mãe, estuda, e não dependa de ninguém. Estuda e trabalha’. Tudo o que consegui na minha vida foi ela me empurrando [apoiando]”.
O pai, emocionado, lembrou do caráter generoso de Bruna: “Ela não tinha maldade nenhuma. Sempre que via um cachorro ou gato abandonado na rua, tinha vontade de levá-lo para casa”.
O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso, mas ainda não há informações sobre suspeitos ou a causa da morte. A Secretaria de Segurança Pública informou que “as investigações estão em andamento visando o total esclarecimento dos fatos”.
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