O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante discurso na Casa Branca, em março. Foto: Roberto Schmidt/AFP

A tensão entre a Casa Branca e o Federal Reserve voltou a se intensificar após o presidente Donald Trump sugerir publicamente que pode demitir o presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell. A declaração foi reforçada nesta sexta-feira (18) por Kevin Hassett, assessor econômico da Casa Branca, que afirmou a repórteres: “O presidente e sua equipe continuarão a estudar o assunto”.

A fala de Hassett ocorreu um dia depois de Trump elevar o tom contra Powell, acusando-o de “fazer política” e criticando a demora em reduzir a taxa de juros. Em publicação na plataforma Truth Social, o ex-presidente escreveu: “A saída de Powell não poderia estar demorando mais”, acrescentando que o presidente do Fed “deveria ter reduzido a taxa de juros, como o BCE, há muito tempo, mas certamente deveria reduzi-la agora”.

De acordo com a Folha de S.Paulo, Trump ainda afirmou que Powell está “sempre atrasado e errado” e chamou seu discurso recente de “outra e típica bagunça completa!”. A reação foi motivada por uma fala de Powell na última quarta-feira (17), durante evento no Clube Econômico de Chicago, em que o presidente do Fed reforçou a importância da independência do banco central: “A independência do Fed é amplamente compreendida e apoiada em Washington e no Congresso, onde realmente importa”.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos Foto: Kevin Lamarque / Reuters

Atualmente, a taxa de juros de referência do Fed está entre 4,25% e 4,50%, após uma série de cortes em 2023. A pressão política de Trump vem num momento em que ele se prepara para a campanha eleitoral e tenta demonstrar que a política monetária atual é um entrave ao crescimento econômico.

Jerome Powell foi nomeado ao Fed originalmente por Trump, mas reconduzido ao cargo pelo presidente Joe Biden em 2022. Seu atual mandato como presidente da instituição vai até maio de 2026. Embora os diretores do Fed tenham mandatos de 14 anos, a presidência do banco é definida pela Casa Branca e confirmada pelo Senado a cada quatro anos.

Pela legislação vigente, um diretor do Fed só pode ser removido por “justa causa” — ou seja, mediante comprovação de má conduta. No entanto, um caso atualmente em análise na Suprema Corte dos EUA pode reverter esse entendimento, estabelecido desde 1935, e abrir brecha para que o presidente da República demita membros de agências reguladoras como o Fed.

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Last Update: 18/04/2025