A Europa tem se mobilizado para atrair cientistas norte-americanos que enfrentam cortes massivos nos financiamentos e recursos para a pesquisa nos Estados Unidos, especialmente após as políticas do governo de Donald Trump.

Um exemplo notável dessa iniciativa é o programa “Lugar Seguro para a Ciência”, criado pela Universidade de Aix-Marseille, na França. Lançado em março, o programa visa acolher cientistas norte-americanos, especialmente das áreas de saúde, medicina, epidemiologia, mudanças climáticas e estudos queer, que estão sendo impactados pelos cortes no ensino superior nos EUA. A universidade recebeu 298 inscrições para o programa, das quais 242 foram consideradas elegíveis, com apenas 20 vagas disponíveis.

A Universidade de Aix-Marseille, ao perceber o crescente interesse dos cientistas, afirmou que o programa foi uma resposta à necessidade de criar um espaço seguro para a ciência. O diretor da universidade, Eric Berton, destacou que a iniciativa era uma forma de ajudar pesquisadores que estavam preocupados com o futuro acadêmico nos Estados Unidos. Além disso, ele sugeriu a criação de um status de “cientista refugiado” para facilitar a entrada de mais pesquisadores, um pedido que também foi apoiado pelo ex-presidente francês François Hollande.

Essa iniciativa francesa é parte de um movimento maior na Europa, onde vários países, incluindo Alemanha, França e Espanha, veem a situação como uma oportunidade para atrair acadêmicos talentosos. Pelo menos 13 partidos europeus assinaram uma carta solicitando que a Comissão Europeia tome medidas rápidas para incentivar a imigração de pesquisadores qualificados.

O Conselho Europeu de Pesquisa, um órgão da União Europeia, anunciou planos de dobrar o orçamento destinado à realocação de pesquisadores para a UE, o que demonstra o interesse crescente da região em reforçar sua base científica.

Além disso, a Alemanha tem planos ambiciosos para atrair até 1.000 pesquisadores, como parte de uma negociação no governo de coalizão. Friedrich Merz, futuro chanceler da Alemanha, comentou que a situação nos EUA, com o governo utilizando forte pressão contra as universidades, criou uma oportunidade única para a Europa. Esse movimento reflete a percepção de que a Europa pode se beneficiar de um influxo de cientistas altamente qualificados, muitos dos quais estão buscando alternativas fora dos Estados Unidos devido ao clima adverso.

No entanto, especialistas apontam que, apesar das boas intenções e das oportunidades, a Europa enfrenta um desafio significativo em termos de competir com os Estados Unidos em termos de recursos para pesquisa científica.

O professor Michael Oppenheimer, da Universidade de Princeton, afirmou que, devido à diferença de investimento e infraestrutura científica, levará várias décadas para que a Europa consiga igualar o status científico dos EUA.

Este texto foi feito com auxílio de I.A.

Com informações da AFP e Reuters, via DW Europa

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Last Update: 18/04/2025