Ato ecumênico em memória dos 29 anos do Massacre de Eldorado do Carajás, em São Jerônimo, MST-RS. Foto: Rafa Dotti

Por Lays Furtado
Da Página do MST

Todo abril é mês de lutas para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), data que marca a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, deflagrada neste ano de 2025, com principais ações entre os dias 1ª ao 17 de abril, Dia Internacional das Lutas Camponesas. Com mobilizações de caráter massivo, entre marchas, vigílias, atos, protestos, solidariedade e ocupações, neste período as famílias Sem Terra mobilizaram 55 ações em nível nacional, entoando o lema: “Ocupar para o Brasil Alimentar!”

Com mais de 50 mil militantes mobilizados, as atividades ocorreram em todas as grandes regiões do país, presente em 47 municípios de 20 estados: Tocantins, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; mobilizando também a militância do Distrito Federal em ações da região centro-oeste. E ainda há ações previstas até o final do mês.

Além de atos e protestos, foram realizadas 28 ocupações de terra, a formação 2 novos acampamentos e 5 ocupações de órgãos públicos ligados ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com o propósito de avançar nas negociações para a desapropriação de áreas improdutivas e que não não cumprem sua função social, para a conquista do assentamento das famílias acampadas, no país onde há uma das maiores concentrações de terra no mundo.

As mobilizações também marcam neste dia 17 de abril, a memória de luto e luta dos mártires do massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido no trecho da chamada Curva do S da BR-155, no Pará, após 29 anos da tragédia que abalou o Brasil e todo o mundo, com o assassinato de 21 trabalhadores rurais Sem Terra, que foram mortos pela Polícia Militar durante uma marcha, onde centenas de famílias camponesas reivindicam o direito à  Reforma Agrária.

Pablo Neri, da direção nacional do MST no Pará, destaca que: “Em 29 anos, este chão de luta que é a Amazônia, que é a Curva do S, a poesia, as músicas e discursos se misturam aos gritos de indignação e aos pedidos de justiça. A marcha interrompida de Eldorado do Carajás escancara a crueldade das elites e a capacidade revolucionária da organização popular. O Acampamento da Juventude, a JURA [Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária], as ocupação e mobilizações no Pará mantém essa memória acesa.”

Além da reivindicação da democratização do acesso à terra frente ao passivo de 145 mil famílias acampadas pelo país, as manifestações demarcam a Reforma Agrária e a agricultura familiar camponesa como soluções estruturantes para acabar com a fome no país, considerando que mesmo com os avanços da retomada de políticas públicos importantes para a erradicação dessa mazela social, ainda existe pelo menos 21, 6 milhões de lares brasileiros que convivem com a insegurança alimentar, seja ela grave ou moderada.

A Reforma Agrária e a mobilização popular fortalecem a democracia

Mesmo com os novos anúncios do governo Lula, desde o início de seu mandato menos de 5 mil famílias do MST foram assentadas e muitos desses processos de assentamento ainda não foram concretizados de fato. Ceres Hadich, da direção nacional do Movimento, afirma que as mobilizações das famílias organizadas têm repercussão não só simbólica, mas principalmente política, que são importantes para que as soluções possam emergir com a celeridade necessária, considerando que há ao menos 65 mil famílias acampadas há décadas à espera da Reforma Agrária.

“Esse ano de 2025 tem sido marcado por muitas jornadas que têm buscado desencadear um processo de forças tanto para retomar a pauta da reforma agrária junto à sociedade brasileira, mas concretamente seguir pressionando em negociação, avançando junto do governo para que ele possa realizar entregas concretas.” afirma a dirigente.

Com isso, estão previstas duas visitas do presidente Lula para a realização de entregas ainda neste mês de abril, uma no estado do Pará no próximo dia 25, e outra no Paraná no dia 30. Dessa forma, Ceres aponta que, tanto as lutas da Jornada realizada pelas Mulheres Sem Terra no último mês de março, quanto a Jornada de abril, têm sido primordiais para consolidar conquistas concretas para o avanço da Reforma Agrária na conjuntura atual.

“E a gente tem entendido que, de fato, nesse processo e nessa movimentação da pauta junto do governo federal, as sinalizações da visita em Minas Gerais no mês de março e agora, das duas visitas próximas, ainda no mês de abril, que o presidente Lula indica, elas são fruto desse processo de acumulamento de força, de negociação e também resposta do presidente dessa demanda que os movimentos têm apresentado, dele estar, de fato, mais próximo do povo, dele estar fazendo entregas concretas, mas mais do que isso, ele também está, como um grande líder de massas, estimulando a mobilização e organização popular, porque a gente sabe que isso tanto é importante para a luta popular, quanto para o fortalecimento da democracia e do governo.” – pontua Hadich.

Confira as mobilizações que ocorreram durante a Jornada  entre os dias 8 à 17 de abril:

SANTA CATARINA

Abelardo Luz

No dia 8 de abril, cerca de 100 militantes do MST de Santa Catarina marcharam no município de Abelardo Luz,  para realizar a entrega das pautas da Reforma Agrária ao INCRA, cobrando a criação de assentamentos nas áreas públicas da Fazenda Itália, situada em Abelardo Luz e da Fazenda Sementes Prezzotto de Chapecozinho II, em Xanxerê. Além da criação de assentamentos em outras regiões do estado. Os Sem Terra também pediram caráter de urgência para o cadastramento das famílias acampadas situadas em Rio Negrinho, no acampamento Rosenilda Ferreira, além de assistência social e infraestrutura para todos os acampamentos do Movimento no estado.

PARANÁ

Almirante Tamandaré

No dia 8, a partir das 18h30, foi realizado um Ato Político e Cultural em Defesa da Reforma Agrária, com a presença de autoridades e apresentação musical de Oswaldo Rios e Rogério Golin, do grupo Viola Quebrada, na sede do Sindijus, em Almirante Tamandaré.

Curitiba

Já no dia 9, foram realizadas duas audiências simultâneas de negociação, com autoridades e órgãos públicos. Uma delas será no auditório do Instituto Federal do Paraná, com as pautas relacionadas ao desenvolvimento dos assentamentos e das cooperativas de Reforma Agrária, ao avanço nas políticas públicas de apoio à produção de alimentos e ao acesso à educação.

A outra audiência ocorre no auditório do Instituto Nacional de Colonização da Reforma Agrária (INCRA-PR), com integrantes das mais de 80 comunidades de acampamento, que lutam pela efetivação dos assentamentos, e a presença de representantes do INCRA, da Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Banco do Brasil, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), entre outros.

Além da ação na capital, as comunidades do MST se mobilizaram em cidades do interior para reivindicar agilidade do Banco do Brasil no atendimento às famílias assentadas, garantindo o acesso às políticas de crédito e fortalecimento da produção nos assentamentos.

Maringá

Para marcar o Dia Internacional de Luta de Camponesa, 17 de abril, cerca de 100 militantes do Movimento estiveram na Universidade Estadual de Maringá (UEM), onde foi realizado um ato de inauguração dos Monumentos em memória ao Massacre de Eldorado do Carajás, feito pelo artista Jorge Pedro Lemes.

A memória dos massacre que seguem em curso gerou indignação contra a impunidade e violência no campo e contou com presença da companheira Maria Zelzuita, sobrevivente do massacre esteve com um relato do dia sangrento que vivenciou e de sua resistência na luta pela terra ao longo de 29 anos de impunidade.

O monumento “Nossas Raízes” foi inaugurado em 2003 e passa por sua segunda revitalização, composto por troncos de eucalipto e ferramentas dos próprios trabalhadores Sem Terra. Nesta última revitalização, foi construída uma nova instalação chamada “flores para os Sem Terra” onde o autor diz: “Aos homens, mulheres e crianças, em cuja veias corre a coragem que eu nunca tive, ofereço esse ramalhete de flores férreas”

A Orquestra Camponesa do MST, de crianças e adolescentes, finalizaram o ato renovando a esperança e os sonhos de continuidade da luta por Reforma Agrária Popular e justiça social. Como simbolismo da resistência e da continuidade da luta, uma muda de baobá e uma de castanha do Pará foi plantada próximo às obras.

Também participaram do ato Leandro Vanalli, reitor da UEM; Gisele Mendes de Carvalho, vice-reitora UEM; João Pedro Stédile, da coordenação nacional do MST; Lenir de Assis, deputada federal (PT) pelo Paraná; padre Genivaldo Ubinge, Arquidiocese de Maringá; Rafael da Silva, pró-reitor de extensão e cultura UEM.

MATO GROSSO

Cuiabá

Cerca de 500 trabalhadores(as) rurais, acampados(as) e assentados(as) de todas as regiões de Mato Grosso ocuparam, na manhã do dia 9 de abril, a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cuiabá (MT), para denunciar a paralisação e a falta de prioridade em atender as demandas das famílias camponesas do estado.

GOIÁS

Crixás

Com o avanço das negociações com o Incra em Goiânia, ao longo de 5 dias na primeira semana de abril, foi consolidada a formação de um novo acampamento, no município de Crixás, chamado 8 de Abril. As 260 famílias que formam o acampamento já foram cadastradas pelo Incra e seguem aguardando o avanço do processo de assentamento para que possam conquistar sua moradia e se empenhar na produção da agricultura familiar.

PIAUÍ

Nazária

No último dia 10 de abril,  cerca de 300 famílias Sem Terra ocuparam a Fazenda Mangal, no município de Nazária, região metropolitana da capital Teresina. A fazenda do então senador da República Marcelo Castro, encontra-se em situação de abandono, resultado de um projeto falido de cultivo de mangas e as famílias acampadas reivindicam que a área seja destinada para fins de Reforma Agrária e para a produção da agricultura familiar.

PERNAMBUCO

Catende

No dia 9 de abril, 80 famílias Sem Terra ocuparam área do município de Catende (Distrito Lajes Grande), na Mesorregião da Mata Pernambucana, reivindicando a mesma para fins de Reforma Agrária.

Arcoverde

No dia 9 de abril, cerca de 100 famílias do MST ocuparam a Fazenda Malhada, em Arcoverde (PE), um latifúndio improdutivo, reivindicando a terra para a produção de alimentos saudáveis.

Ouricuri

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da Regional Araripe realizou ocupação com 300 famílias na Fazenda Boa Esperança, no município de Ouricuri (PE), reivindicando a desapropriação do latifúndio para fins de Reforma Agrária. A ação reforça a luta histórica das famílias por acesso à terra e produção de alimentos, enquanto aguardam a decisão do Estado sobre a desapropriação do imóvel.

Moreno

No dia 13 de abril, 120 famílias Sem Terra ocuparam área conhecida como Xixaim, no município de Moreno, na região metropolitana do Recife, reivindicando a mesma para o assentamento e desenvolvimento da área improdutiva para a produção de alimentos saudáveis.

Recife

Nesta terça, 15 de abril, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra em Pernambuco realizaram uma marcha no Recife com cerca de 4 mil militantes, para pressionar os órgãos públicos para o andamento da pauta da reforma agrária no estado.

A atividade começou com na Praça da Chesf, nos Torrões, zona oeste do Recife. Em seguida, os trabalhadores rurais marcharam por quase seis quilômetros até a sede regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), do governo federal. O movimento tem feito críticas públicas à lentidão e dificuldades técnicas do órgão para avançar na distribuição de terras.

Do Incra, os militantes seguiram para um trecho mais curto, de dois quilômetros até a Praça do Derby, no bairro de mesmo nome, no centro do Recife. Lá os Sem Terra aguardaram a chegada de militantes de outros movimentos populares aliados, além da população que simpatiza com a luta do MST. E, entre o início e o meio da tarde, finalmente o grupo marchou por mais quase três quilômetros até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco.

Além disso, houve uma intervenção em frente ao Hospital da Restauração, onde foi hospitalizado um militante Sem Terra que foi brutalmente atropelado durante a marcha, por um motorista criminoso ainda não identificado, que avançou sobre os militantes durante o percurso da marcha, deixando um deles em coma, em estado grave de saúde. O Movimento e familiares ainda seguem reivindicando justiça frente a tentativa de homicídio realizada pelo infrator, e pedem ajuda para identificação do mesmo, além de orações pela recuperação do membro atingido, que segue na UTI, monitorado por profissionais médicos.

Orocó

Cerca de 400 famílias Sem Terra formaram o acampamento Terra Nova, no município de Orocó, na região do São Francisco, com o objetivo de avançar em negociações com o INCRA para a desapropriação de área improdutiva, para o assentamento dessas famílias, bem como, para avançar na produção da agricultura familiar camponesa. 

RIO GRANDE DO SUL

Triunfo

Cerca de 400 famílias Sem Terra ocuparam, na madrugada do dia 10 de abril, uma área de 1,7 mil hectares da CEEE Transmissão, às margens do rio Taquari, no município de Triunfo, que está abandonada e sem função social. O MST defende a recuperação da área com produção agroecológica e denuncia a omissão dos governos diante das famílias que seguem acampadas no estado.

Pelotas

Na manhã desta quinta-feira (17), os estudantes do Processo Seletivo para a VI Turma de Medicina Veterinária receberam a visita da Reitora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Ursula Rosa da Silva, e do Vice-Reitor Eraldo Pinheiro. A recepção foi marcada por uma emocionante mística em memória ao 17 de Abril e ao Massacre de Eldorado do Carajás, organizada pelos jovens de diversas regiões do país que participaram da segunda fase do processo seletivo do curso.

São Jerônimo

Neste 17 de abril, em São Jerônimo (RS), cerca de 100 militantes do Movimento Sem Terra se reuniram em área produtiva em São Jerônimo, para a realização de Ato ecumênico em memória dos 29 anos do Massacre de Eldorado do Carajás, para lembrar que cada companheiro tombado  reafirmar nossa luta por Reforma Agrária e justiça no campo.

ALAGOAS

União dos Palmares e Teotônio Vilela

No dia 14 de abril, cerca de 1500 militantes interditaram os trechos da BR-104, em União dos Palmares, e da BR-101, em Teotônio Vilela, em Alagoas. As vias amanheceram bloqueadas em ação unificada dos movimentos de luta pela terra do estado. Camponeses e camponesas acampados nas terras que antes pertenciam à massa falida do Grupo João Lyra realizam a manifestação em cobrança pelo não cumprimento do acordo junto ao Governo do Estado para destinar as áreas para a Reforma Agrária.

Os bloqueios, organizados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frente Nacional de Luta (FNL), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Popular de Luta (MPL), Movimento Social de Luta (MSL), Movimento Via do Trabalho (MVT), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e Movimento Terra Livre (TL), mobilizam centenas de pessoas nos dois pontos do estado, como parte da agenda da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária Popular, que ocorre durante o mês de abril em todo o país.

BAHIA

Salvador

De 14 a 17 de abril, cerca de 800 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), vindos de diversas regiões da Bahia, estiveram mobilizados em Salvador como parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária Popular. O acampamento estadual foi montado no estacionamento da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), e reúne trabalhadores e trabalhadoras do campo em um grande esforço coletivo de resistência, diálogo e organização popular.

A presença da militância em Salvador teve como objetivo dialogar com os governos estadual e federal para que avancem em pautas urgentes da Reforma Agrária Popular. Entre os principais pontos estão o destravamento de assentamentos já existentes, a obtenção de novas áreas para o assentamento de famílias acampadas e o fortalecimento de políticas públicas voltadas à produção camponesa. Durante os dias de mobilização, os militantes realizaram reuniões com o INCRA, com secretarias do governo estadual e promoveram atividades de formação política, debates internos, momentos místicos e ações de diálogo com a sociedade.

Já no dia 16 de abril, às 16h30, foi realizado um ato político em memória às 21 vidas ceifadas de forma brutal pela Polícia Militar do Pará. O massacre, até hoje sem justiça, se tornou um símbolo da violência histórica contra os que lutam pela terra no Brasil e reforça a necessidade de seguir em marcha por justiça, terra e dignidade.

Também, nesta quarta-feira (16), os militantes do Movimento realizaram a doação de 150 cestas de alimentos vindos dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária para as famílias atendidas pela Paróquia São Daniel, no bairro de Sussuarana, em Salvador (BA).

ESPÍRITO SANTO

Vila Velha

Nesta quinta-feira (17), cerca de 80 representantes da coordenação dos acampamentos e assentamentos capixabas, se reuniram com integrantes do INCRA, em Vila Velha. Na reunião, o MST apresentou a pauta coletiva, cobrando o avanço da reforma agrária no estado, especificando as diversas situações das famílias acampadas e assentadas e as áreas em território do estado.

SÃO PAULO

Presidente Prudente

Na manhã desta quinta-feira (17), Dia Internacional de Luta pela Terra, mais de 150 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da região do Pontal do Paranapanema (SP), realizaram um ato em frente ao escritório regional da Fundação Itesp, em Presidente Prudente (SP).

A mobilização denuncia a Lei nº 17.557/2022, que estabelece o programa estadual de regularização fundiária e permite ao governo de São Paulo negociar terras públicas ocupadas por latifundiários com abatimento de até 90% do valor — um benefício direto a grileiros e uma oneração ao patrimônio público.

Atualmente, o Pontal do Paranapanema concentra cerca de 200 famílias acampadas, organizadas pelo MST, que aguardam a arrecadação de terras para o assentamento. O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) não criou nenhum assentamento de Reforma Agrária Popular e, na prática, tem favorecido a concentração fundiária, ampliando desigualdades sociais e crimes ambientais — como desmatamento e contaminação por agrotóxicos — ligados à expansão do agronegócio da cana-de-açúcar.

Guararema

Neste 17 de abril, cerca de 50 militantes do MST reunidos na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), realizaram ato político-cultural em homenagem aos mártires de Eldorado do Carajás, onde foi realizado o plantio de 21 mudas de árvores frutíferas. Cada árvore representa uma vida; e cada fruto, um legado que continua a nos alimentar, inspirar e fortalecer nossa caminhada.

PARÁ

Eldorado do Carajás

Nesta quinta-feira (17), cerca de 500 militantes do Movimento Sem Terra se reuniram na Curva do S, reafirmaram a tradição anual, com a realização de um ato político-cultural em memória e justiça pelos companheiros que tombaram no Massacre de Eldorado do Carajás. Com muita mística, palavras de ordem e reflexão, os Sem Terra transformaram mais uma vez o luto em luta para seguirem organizados pela conquista da democratização do acesso à terra e a construção de uma vida digna no campo, onde a violência brutal do massacre é transformada em indignação e organização popular empenhada na conquista de direitos aos trabalhadores rurais.

Durante o ato da manhã desta quinta-feira (17), também ocorreu o lançamento nacional da Jornada Universitária em defesa da Reforma Agrária, JURA 2025.

Além disso, no local, desde o último dia 10 de abril até o 17, foi formado o 19° Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra Oziel Alves Pereira com cerca de 350 jovens Sem Terra, iniciam mais uma jornada de formação intensa com diversas atividades para o fortalecimento das fileiras da luta por Reforma Agrária Popular.

MARANHÃO

São Luís

Nesta terça-feira (15), foi iniciada a XI edição da JURA-UEMA, com uma programação voltada à discussão da valorização dos sujeitos do campo, suas reivindicações, políticas públicas e o direito à educação. Estiveram presentes 40 pessoas, entre elas integrantes da coordenação do MST, docentes da UEMA e representante da SEDUC.

Durante a tarde, uma roda de conversa discutiu a curricularização da extensão nas universidades, os desafios para projetos populares, diálogo direto com as comunidades e o protagonismo camponês nas pesquisas. A presença da coordenação e estudantes do Centro de Educação do Campo Roseli Nunes, assentamento Cigra (Lagoa Grande), foi essencial para reforçar reflexões sobre a realidade camponesa e Educação do Campo.

TOCANTINS

Caseara e Marianópolis

Neste 17 de abril, Dia Internacional de Lutas Camponesas, 47 famílias do Acampamento Beatriz Bandeira, localizado às margens da TO-080, entre os municípios de Caseara e Marianópolis, realizaram a ocupação da rodovia, em memória aos mártires de Carajás.

Monte do Carmo

Na manhã deste 17 de abril, 100 famílias ocuparam parte da Fazenda Santa Adyla, pertencente à União, em retomada de área grilada do assentamento Taboca, na Serra do Taquaruçu, em Monte do Carmo (TO).

Porto Nacional

Na tarde desta quinta-feira (17), mais de 40 famílias, acampadas e acampados de dois territórios de resistência, acampamento Dom Celso e Maria de Lourdes realizaram uma vigília na TO-455, no município de Porto Nacional, em memória dos 21 trabalhadores rurais assassinados no massacre de Eldorado do Carajás.

Fortaleza do Tabocão

Nesta quarta-feira (16), houve um ato político no Centro de Formação Veredas, antigo galpão da Fazenda Sinuelo, foi palco da cerimônia de entrega de contratos às 58 famílias do assentamento Olga Benário, localizado em Fortaleza do Tabocão, Tocantins.

*Para conferir as ações realizadas na primeira semana da Jornada deste ano, clique aqui.

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Last Update: 18/04/2025