Matéria publicada no sítio jornalístico The Cradle denuncia como os Estados Unidos atuam desde a década de 1970 para manter os exércitos árabes fracos diante de ‘Israel’. Para isso, atrapalham deliberadamente as transações de vendas de armas dos Estados Unidos para estados árabes.

Em alguns casos, só aprovam as vendas quando têm versões mais avançadas dos mesmos armamentos para fornecer a ‘Israel’. Quando esses estados tentam comprar armamento russo ou chinês, por exemplo, sofrem retaliações. Uma política voltada a manter o estado sionista com vantagens militares de forma artificial.

Esse direcionamento está expresso na Lei de Controle de Exportação de Armas dos EUA, onde consta a definição de “Vantagem Militar Qualitativa” de Israel:

“A capacidade de combater e derrotar qualquer ameaça militar convencional crível de qualquer estado individual ou possível coalizão de estados ou de atores não estatais, enquanto sofre danos e baixas mínimos, por meio do uso de meios militares superiores, possuídos em quantidade suficiente, incluindo armas, comando, controle, comunicação, inteligência, vigilância e capacidades de reconhecimento que, em suas características técnicas, são superiores em capacidade àquelas de outro indivíduo ou possível coalizão de estados ou atores não estatais.”

A matéria discorre sobre o caso emblemático de como essa política é aplicada ao Líbano. No momento, o foco dos Estados Unidos está no desarmamento do Hesbolá, força armada da resistência que tem dado muita dor de cabeça aos sionistas. Estão aproveitando o cessar-fogo entre Líbano e ‘Israel’ para retomar sua campanha de desarmamento no Líbano, tentando impor às Forças Armadas Libanesas a tarefa de desarmar os militantes do Hesbolá. Sob o pretexto de “estabilizar” o país, querem, na verdade, facilitar seu controle de fora para dentro.

Na recente excursão da Enviada Especial Adjunta dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Morgan Ortagus, ficou em máximo destaque essa questão do desarmamento do Hesbolá. O tema foi o mais abordado de longe por Ortagus, passando questões como “reforma econômica” e “segurança nas fronteiras”.

A enviada teceu elogios ao presidente e ao primeiro-ministro libaneses por estarem “alinhados” aos interesses norte-americanos, o que exemplifica o nível de subserviência de diversas lideranças árabes na região. Subserviência essa que não encontra respaldo na base da população dos diversos países árabes, que identifica em ‘Israel’ e nos Estados Unidos seus inimigos.

Apesar da intensa campanha de propaganda, a população libanesa não adere à defesa do desarmamento. Recentemente tiveram demonstração da incapacidade do governo de repelir os ataques militares da ocupação sionista. A matéria cita pesquisa do Centro Internacional de Informação em Beirute que apontou que apenas 2,7% do público entrevistado entendia que o desarmamento seria a solução para a crise no país.

Contrastando com o discurso “paz e amor” no Líbano, os Estados Unidos seguem apoiando os ataques militares de ‘Israel’ no Líbano. Ataques que visam estruturas civis, causando mortes entre a população libanesa. Ataques que, sempre que preciso, são justificados pelos Estados Unidos. O Hesbolá, que retalia o exército sionista, é perigoso. As forças militares de ‘Israel’, que matam civis libaneses, estão apenas de defendendo. Um contraste que não passa desapercebido ao povo libanês, mesmo que seus governantes aceitem covardemente essa situação.

Como no caso do Líbano, os Estados Unidos procuram não apenas castrar as forças militares dos estados árabes, mas também todos os grupos da resistência árabe. Como vimos durante os ataques genocidas contra a Faixa de Gaza, o papel desempenhado por esses grupos é de importância central no combate à ocupação sionista.

O Eixo da Resistência conseguiu impor uma derrota militar a essa base militar do imperialismo chamada ‘Israel’. Isso com recursos econômicos muito inferiores, mostrando ao povo árabe que é possível se libertar desse entrave estrangeiro na região.

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Last Update: 18/04/2025