Ditadura norte-americana prende outro jovem palestino em Columbia

Na última segunda-feira (14), o estudante palestino da Universidade de Columbia Mohsen Mahdawi foi detido por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) durante uma entrevista para obtenção da cidadania americana em Vermont. Algemado e levado de um escritório de imigração, Mahdawi, residente legal nos EUA desde 2015, enfrenta processo de deportação, apesar de não ser acusado de crimes.

O juiz federal William Sessions emitiu uma ordem temporária proibindo o governo do presidente Donald Trump de deportar Mahdawi ou transferi-lo para fora de Vermont até nova decisão judicial. “Isso é imoral, desumano e ilegal. O Sr. Mahdawi, residente legal dos Estados Unidos, deve ter garantido seu direito ao devido processo legal e ser libertado imediatamente”, declararam o senador Bernie Sanders, o senador Peter Welch e a deputada Becca Balint em nota conjunta, criticando a repressão do governo.

Nascido em um campo de refugiados na Cisjordânia, Mahdawi é cofundador da União de Estudantes Palestinos em Columbia e planejava iniciar um mestrado em Relações Internacionais em setembro desse ano. Sua detenção segue o caso de Mahmoud Khalil, outro estudante palestino da mesma universidade, preso em 8 de março e transferido para um centro de detenção na Louisiana.

A juíza Jamee Comans autorizou a deportação de Khalil em 11 de abril, alegando que sua presença representa “consequências potencialmente graves em termos de política externa”, conforme carta do secretário de Estado Marco Rubio. “Claramente, o que vimos hoje, [é que] nenhum desses princípios esteve presente – nem hoje, nem em todo este processo. É exatamente por isso que o governo Trump me enviou a este tribunal, a mil milhas de distância da minha família”, disse Khalil ao tribunal.

A advogada de Mahdawi, Luna Droubi, afirmou: “o governo Trump deteve Mohsen Mahdawi em retaliação direta por sua defesa dos direitos dos palestinos e por sua identidade como palestino. Sua detenção é uma tentativa de silenciar aqueles que denunciam as atrocidades em Gaza. Isso também é inconstitucional”. O Movimento da Juventude Palestina acusou o ICE e o Departamento de Segurança Interna (DHS) de intensificar a perseguição a não cidadãos que se opõem à guerra da ditadura sionista em Gaza, onde mais de 61.700 palestinos morreram desde outubro de 2023.

Hoje, 17 de abril de 2025, a agência Reuters informou que outros estudantes, como a turca Rumeysa Ozturk, da Universidade Tufts, e o sul-coreano Yunseo Chung, de Columbia, também foram detidos por ativismo pró-palestino. A Universidade de Columbia perdeu US$400 milhões em fundos federais por supostamente não combater o antissemitismo, conforme a Casa Branca, levando a medidas como maior presença policial no campus.

A Anistia Internacional condenou as detenções, alegando violações da Primeira Emenda, que protege a liberdade de expressão. O governo Trump, que já revogou vistos de cerca de 300 estudantes por protestos, usa uma lei de 1952 para justificar deportações, citando ameaças à política externa.

A repressão aos estudantes revela uma contradição no governo Trump, que defende a liberdade de expressão em outros países, mas a suprime nos EUA. Enquanto exige que nações como a China permitam manifestações, a administração persegue jovens como Mahdawi e Khalil por criticarem a guerra do enclave imperialista em Gaza, expondo a incoerência de sua política.

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