Em 18 de abril de 1873, a cidade de Itu, no interior de São Paulo, sediou a primeira convenção republicana do Brasil, marco na organização do movimento que buscava substituir a monarquia pelo regime republicano. O evento, realizado no sobrado do Barão de Itu, reuniu cerca de 130 participantes, incluindo fazendeiros, advogados, jornalistas e políticos.

A Convenção de Itu resultou na fundação do Partido Republicano Paulista (PRP) e na redação de um manifesto que defendia a república como solução para os problemas políticos e econômicos do Império, então sob o reinado de Dom Pedro II. O encontro lançou as bases para uma agitação política que culminaria na Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.

A convenção ocorreu em um momento de tensões no Segundo Reinado (1840-1889). A Guerra do Paraguai (1864-1870) havia exposto fragilidades do Império, com alto custo econômico e humano, enquanto a Lei do Ventre Livre (1871), que libertava filhos de escravas nascidos a partir daquela data, gerava descontentamento entre os cafeicultores, especialmente no interior paulista.

Além disso, conflitos entre o governo imperial e a Igreja Católica, conhecidos como Questão Religiosa (1872-1875), intensificavam as críticas à monarquia. Importante polo agrícola e longe o bastante dos grandes centros da época para que a monarquia notasse a movimentação, Itu se tornou o epicentro do republicanismo, que via na forma de governo de então um entrave ao progresso.

Os participantes da convenção, liderados por figuras como Prudente de Morais, Bernardino de Campos e Américo Brasiliense, redigiram o Manifesto Republicano de Itu. O documento propunha um regime federativo, com maior autonomia às províncias, e defendia a separação entre Igreja e Estado.

A criação do PRP foi o principal desdobramento da convenção. O partido, inicialmente restrito à província de São Paulo, tornou-se um dos pilares do movimento republicano, articulando a propaganda por meio de jornais como A Província de São Paulo (atual O Estado de S. Paulo) e eventos públicos.

A influência do PRP se expandiu com a adesão de outros estados, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde clubes republicanos começaram a surgir. O movimento ganhou força com a participação de militares como Benjamin Constant, líder da ala esquerda do movimento e célebre agitador abolicionista, o que culminou na deposição de Dom Pedro II, episódio que inaugura uma nova etapa da história do Brasil e que será estudada com maior profundidade a partir de hoje (18), no Centro Cultural Benjamin Péret, com o curso “Brasil 500 anos – Uma interpretação marxista”, organizado pelo Partido da Causa Operária e com aulas ministradas pelo presidente nacional da agremiação, Rui Costa Pimenta.

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Last Update: 18/04/2025