Nesta quarta-feira (16), o presidente Luís Inácio Lula da Silva participou da cerimônia do Dia do Exército e da comemoração do Jubileu de 80 anos das vitórias da Força Expedicionária Brasileira na Itália. O evento aconteceu no Quartel-General do Exército — Forte Caxias, em Brasília. O Exército completa 377 anos no próximo dia 19.

Durante a cerimônia, o comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, defendeu o compromisso com a disciplina, o patriotismo, a hierarquia e o “espírito de servir”. “Nossa fortaleza, como instituição de Estado integralmente devotada à missão constitucional, decorre da imparcialidade e do profissionalismo que sempre devem caracterizar nossas ações”, afirmou Paiva.

Em um pedido indireto por mais recursos, Paiva declarou que “os investimentos em defesa vêm crescendo exponencialmente em todas as regiões do globo, uma realidade que sugere ao nosso País atenção redobrada em relação à proteção dos brasileiros e dos ativos consagrados pela Constituição”.

“A defesa nacional precisa estar preparada para enfrentar ameaças híbridas, difusas e multidimensionais, que não se manifestam claramente como os conflitos convencionais do passado”, acrescentou.

Visto o histórico do Exército Brasileiro, não é possível acreditar em uma instituição imparcial e profissional. Em todos os episódios de golpe de Estado no Brasil, o Exército sempre se posicionou ao lado do imperialismo, contra o povo do próprio país. Sendo assim, essa propaganda de Exército imparcial e profissional deixa claro que seus oficiais superiores estão sempre ao lado dos golpistas, principalmente do governo norte-americano.

Em abril do ano passado, por exemplo, Lula vetou a compra de 36 blindados do Estado fictício de “Israel” devido às suas falas de que o que ocorre na Faixa de Gaza é um extermínio claro da população palestina. Alguns meses depois, o Tribunal de Contas da União, sob forte pressão dos militares, barrou o veto do então presidente brasileiro. Exército “imparcial e profissional” é uma expressão muito próxima do que significa “Banco Central independente” — ou seja, uma estrutura a serviço do imperialismo.

Outro exemplo de que a subordinação dos setores mais altos do Exército Brasileiro ao imperialismo é evidente ocorreu após as eleições legítimas que reconduziram Nicolás Maduro ao poder na Venezuela. Diante do burburinho imperialista de que se tratava de uma fraude, as Forças Armadas brasileiras chegaram a ameaçar invadir o país vizinho, mais uma vez passando por cima das questões diplomáticas e até mesmo da autoridade do Executivo nacional.

Outro ponto que chama a atenção é o pedido de mais recursos ao governo para ampliar as Forças Armadas, alegando que o mundo inteiro está aumentando os investimentos em defesa. Com um Exército capacho do imperialismo, como se vê no Brasil — ontem e hoje —, esse investimento em defesa serviria apenas para fortalecer o poder desses inimigos do povo dentro do território nacional.

Ou seja, diante do cenário revolucionário que estamos presenciando em todo o planeta contra o imperialismo, um Exército Brasileiro bem armado e equipado serviria justamente para reprimir qualquer ação da população em direção à libertação de suas amarras impostas por esses criminosos de guerra, principalmente pelo governo dos Estados Unidos.

Além disso, em um país com dimensões continentais como o Brasil, o fortalecimento dos militares também serviria para intervir contra as tendências revolucionárias dentro da própria América Latina. Ao contrário do que dizem o governo e o general Tomás Paiva, o Exército deve, sim, ter seu direito de pensar e agir politicamente questionado — ainda mais diante da contraofensiva imperialista em andamento por todo o globo contra as populações oprimidas e esmagadas por esses criminosos de guerra.

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Last Update: 18/04/2025