
O advogado criminalista João Neto, de 47 anos, foi preso em flagrante por violência doméstica na última segunda-feira (14), em Maceió (AL), após ser acusado de agredir sua companheira. O caso ganhou ainda mais repercussão após a divulgação de vídeos comprometedores e de declarações polêmicas feitas por ele em podcasts, nas quais admite ter usado um “kit flagrante” para incriminar suspeitos quando atuava como policial militar na Bahia.
Segundo o Belize News Network, imagens de câmeras de segurança mostram João Neto segurando a companheira à força em um corredor de apartamento, com os dois caindo ao chão logo em seguida. A vítima se machucou ao bater a cabeça e o queixo em uma porta, o que resultou em um corte profundo que exigiu três pontos no hospital.
Nas imagens, é possível vê-la tentando resistir ao ser retirada do cômodo. Apesar de negar a agressão, João Neto alegou que apenas tentava tirar a companheira do quarto após encerrar o relacionamento. Segundo ele, a queda ocorreu por causa do piso molhado, o que teria causado o acidente.
Em entrevista recente a um podcast, João Neto confessou práticas ilegais durante sua atuação como policial militar na Bahia, antes de se tornar advogado. Segundo ele, era comum portar um “kit flagrante” — composto por droga, balança de precisão e dinheiro em espécie — para plantar em suspeitos.
“Eu tinha kit flagrante: droga, balança e dinheiro miúdo. Agora, claro, botava em homem de bem, não. Era aquele bandido que a gente queria pegar”, disse. Ele também declarou que a prática é comum nas forças de segurança. “Quantos policiais invadem casa e plantam drogas? A realidade existe”, afirmou no mesmo podcast.
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Fala foi proferida durante participação do advogado João Neto, 47 anos, em um podcast. Advogado foi preso na segunda-feira (14/4) por agressão
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— Metrópoles (@Metropoles) April 17, 2025
Outro trecho polêmico veio à tona dias antes de sua prisão. Em uma entrevista, o advogado baiano — que possui mais de 2,1 milhões de seguidores nas redes sociais — afirmou que “homem só tem um motivo para bater em mulher: se ela lhe bater”. “Se a mulher sabe que não aguenta com você, ela vai dar uma tapa na sua cara para quê?”, questionou.
As falas geraram forte repúdio nas redes sociais e pressionaram entidades ligadas ao direito e à proteção das mulheres.
Em nota à imprensa, a defesa de João Neto alegou que o caso se trata de um “acidente doméstico”, sem qualquer conduta dolosa. Afirmou ainda que a queda da vítima se deu por conta do piso molhado e que vídeos comprovam a versão do acusado.
“Não houve qualquer ato de violência. Foi um episódio isolado, sem intenção”, disseram os advogados Minghan Chen, Cícero Pedrosa e Vinicius Guido Santos.
A defesa também declarou que está adotando todas as medidas legais para revogar a prisão preventiva e que confia no esclarecimento dos fatos durante a investigação. A OAB de Alagoas informou que o caso foi encaminhado ao Tribunal de Ética, e que a seccional da Bahia, onde João Neto possui inscrição, foi oficialmente notificada.
“Qualquer conduta que configure crime infamante será devidamente apurada, com base na legalidade e na ética. Não toleraremos desvios de conduta, sobretudo os que envolvam violência contra a mulher”, declarou a entidade.
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