O governo dos Estados Unidos ameaçou proibir a Universidade de Harvard de matricular estudantes estrangeiros se não atender às exigências do presidente Donald Trump. A medida foi anunciada pelo Departamento de Segurança Interna do país na noite desta quarta (16).
“Se Harvard não puder verificar que está em plena conformidade com os requisitos do relatório do governo, a universidade perderá o privilégio de matricular estudantes estrangeiros”, afirmou Kristi Noem, secretária do órgão, que ainda anunciou a rescisão de duas bolsas para Harvard.
O conflito entre o governo americano e Harvard começou em março, quando Trump enviou uma lista de exigências a Harvard alegando que as medidas visam combater o antissemitismo no campus. As demandas incluem mudanças em contratações, admissões e ensino.
O Departamento de Segurança Interna cortou duas bolsas que totalizam US$ 2,7 milhões (R$ 15,7 milhões) para a universidade e afirmou que exigiu informações do que chama de “atividades ilegais e violentas” dos detentores de visto de estudante estrangeiros até 30 de abril.
Na última segunda (14), a instituição rejeitou as exigências de Trump e afirmou que “não renunciará a sua independência e nem abrirá mão de seus direitos constitucionais”. “As demandas do governo vão além do poder da gestão federal”, afirmou Alan Garber, reitor de Harvard.
O conflito ocorre em meio a uma ofensiva contra instituições de ensino superior no país que estariam, segundo a Casa Branca, permitindo atos antissemitas em protestos contra Israel. O governo americano diz que existe uma “ideologia anti-americana, pró-Hamas” nas universidades.
O governo tem ameaçado suspender uma série de subsídios se as instituições não criarem uma auditoria das opiniões de estudantes e professores. Harvard foi a primeira instituição a confrontar Trump.
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