A demanda por combustíveis no Brasil deve crescer aproximadamente 3 bilhões de litros em 2025 em relação ao ano anterior.
A estimativa foi apresentada em um estudo técnico divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME).
O crescimento projetado é impulsionado, principalmente, por três produtos: óleo diesel, etanol e gás liquefeito de petróleo (GLP).
O relatório técnico, elaborado pela EPE, tem como objetivo oferecer subsídios para políticas públicas relacionadas à segurança energética, abastecimento nacional e gestão ambiental. O documento detalha a evolução prevista no consumo dos principais combustíveis e seus fatores associados, com foco na análise de curto prazo.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comentou os dados apresentados pela EPE e destacou as responsabilidades do governo federal diante da expansão da demanda.
“Seguiremos firmes na missão de garantir o abastecimento energético de forma segura, eficiente e inclusiva. O crescimento da demanda nos impõe a responsabilidade de continuar investindo em infraestrutura, sustentabilidade e políticas sociais, como o programa Gás para Todos”, afirmou.
De acordo com o estudo, o óleo diesel continua sendo o combustível com maior volume de crescimento em termos absolutos.
A elevação no consumo está diretamente associada à recuperação da atividade econômica nacional e ao aumento da circulação de mercadorias por transporte rodoviário, segmento no qual o diesel é amplamente utilizado.
O etanol também registra aumento na projeção de consumo para 2025. Segundo o relatório, a tendência de crescimento é explicada por três fatores: a previsão de uma safra favorável de cana-de-açúcar, a obrigatoriedade legal de mistura de biocombustíveis aos combustíveis fósseis e os avanços na eficiência de motores flexíveis.
A utilização crescente do etanol ocorre em consonância com os compromissos assumidos pelo Brasil de redução das emissões de carbono e diversificação da matriz energética.
O estudo destaca ainda o aumento previsto no consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP), comumente utilizado no preparo de alimentos em domicílios. A projeção de crescimento para esse insumo está relacionada à ampliação do acesso por meio do programa social Gás para Todos.
Segundo o MME, o programa visa beneficiar mais de 20 milhões de famílias com a oferta de GLP subsidiado, como forma de garantir o uso contínuo e regular do combustível em residências de baixa renda.
Os dados apresentados pela EPE são utilizados como base para decisões estratégicas na formulação de políticas públicas. A previsão de expansão na demanda por combustíveis reforça a necessidade de adequações logísticas, investimentos em infraestrutura e atenção às metas ambientais definidas pelos órgãos competentes.
A empresa ressalta que os cenários traçados são de curto prazo e podem ser ajustados conforme o comportamento de variáveis econômicas, climáticas e regulatórias.
No caso do diesel, o crescimento projetado reflete, entre outros fatores, o desempenho do setor de transportes, cuja recuperação é considerada indicativo da retomada econômica nacional.
Já no etanol, os avanços tecnológicos em motores e os incentivos regulatórios à produção de biocombustíveis contribuem para a consolidação do produto como alternativa energética viável no país.
Em relação ao GLP, a ampliação de programas sociais voltados à segurança energética doméstica tem impacto direto sobre os volumes consumidos, principalmente em áreas urbanas e rurais de baixa renda.
A inclusão de parcelas da população no acesso ao combustível representa, segundo o estudo, uma variável relevante no cenário de projeções do consumo.
O relatório da EPE também ressalta que a evolução do consumo deve ser acompanhada por medidas de monitoramento e planejamento, com vistas a garantir o equilíbrio entre oferta e demanda.
A coordenação entre agentes públicos e privados, conforme mencionado no estudo, é considerada essencial para manter a estabilidade do sistema de abastecimento nacional.
Com base nas estimativas, o Ministério de Minas e Energia reforça a atuação do governo federal na formulação de políticas orientadas para a segurança energética, com foco na sustentabilidade e na inclusão de grupos sociais historicamente marginalizados no acesso aos recursos energéticos.
O documento técnico divulgado pela EPE faz parte de uma série de publicações periódicas que visam orientar ações do poder público e do setor privado no planejamento da matriz energética brasileira.
A empresa utiliza modelos estatísticos e projeções baseadas em indicadores econômicos, dados de produção e consumo, bem como políticas setoriais em vigor.
As projeções para 2025 serão atualizadas conforme a evolução dos cenários internos e externos que influenciam o setor energético nacional.
O relatório completo está disponível no site da EPE e pode ser consultado por órgãos governamentais, agentes do setor energético e demais interessados em acompanhar as tendências do consumo de combustíveis no Brasil.