A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou uma investigação sobre as propriedades imobiliárias de Letitia James, procuradora-geral de Nova York e figura central nas ações judiciais contra os negócios da família da republicano. A notícia, divulgada pela mídia americana na quarta-feira (16), adiciona um capítulo a crescente perseguição de Trump contra seus oponentes políticos.
Segundo informações do jornal norte-americano, The New York Times (NYT), a Agência Federal de Financiamento à Habitação (FHFA, na sigla em inglês) alertou o Departamento de Justiça, em um documento datado em 14 de abril, sobre possíveis “falsificações de registros” relacionados a propriedades de James nos estados de Virgínia e Nova York.
Em resposta às alegações, o gabinete da procuradora-geral emitiu um comunicado à Agência France-Presse (AFP), afirmando que James permanece “focada todos os dias em proteger os nova-iorquinos, especialmente porque esta administração usa o governo federal como arma contra o Estado de Direito e a Constituição“. A nota também enfatiza que James “não se deixará intimidar por valentões, não importa quem seja“.
Já a procuradora-geral dos Estados Unidos nomeada por Trump, Pam Bondi, confirmou à emissora Fox News que ela e sua equipe estão “revisando” as acusações. Já o NYT relatou que Bondi solicitou, em fevereiro, que um grupo de trabalho avaliasse a investigação de James sobre Trump.
Vale ressaltar que dois dias antes da divulgação da notícia, Trump atacou a procuradora-geral em sua rede social, a Truth Social, chamando-a de “corrupta perturbada” e exigindo sua demissão “imediata“. Já o ex-assessor de segurança do republicano, Steve Bannon, chegou a classificar James como uma “ameaça existencial” para o governo.
Letitia James, eleita democraticamente para o cargo, tem sido uma adversária ferrenha de Trump. Em agosto de 2022, ela moveu um processo contra o ex-presidente por inflar o valor de seus ativos para obter empréstimos mais vantajosos. Trump foi condenado a pagar US$ 455 milhões (aproximadamente R$ 2,6 bilhões), sentença da qual recorreu.
Além disso, James, juntamente com outros procuradores-gerais estaduais, iniciou diversas ações contra o governo Trump desde janeiro.
