
Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, afirmou que Jair Bolsonaro dará aval ao novo texto do projeto de lei que prevê anistia aos presos do 8 de janeiro, mesmo internado na UTI.
“A palavra final é dele do texto, mas quando estiver pronto, bato com ele. Se não puder visitar no hospital, posso mandar por WhatsApp ou pela Michelle [Bolsonaro]”, declarou.
O ex-presidente está internado desde domingo (13), após uma cirurgia de 12 horas para desobstrução intestinal.
Segundo Sóstenes, o ex-capitão já está se comunicando normalmente com aliados.
“Ele já deixou tudo pavimentado”, disse. O boletim médico divulgado pelo hospital DF Star informou que Bolsonaro tem boa evolução clínica, mas ainda não há previsão de alta.
O ex-presidente teria pedido ao PL um novo texto mais enxuto para o projeto de anistia, com o objetivo de reduzir resistências na Câmara, sem, no entanto, retirar a possibilidade dele próprio se beneficiar após ter atentado contra o sistema democrático com a proposta do golpe de Estado e da ideia de assassinar, em 2022, o presidente eleito, Lula, o vice, Alckmin, e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A proposta atual também menciona anistia para atos anteriores e futuros ligados aos ataques às sedes dos Três Poderes, o que é visto como uma brecha para beneficiar o ex-chefe do Executivo.
Técnicos do partido ainda trabalham na redação final, que deve ser concluída na próxima semana.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a decisão sobre o projeto será tomada em conjunto. “Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho”, escreveu em publicação nas redes.
Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho. É preciso também ter responsabilidade com o cargo que ocupamos, pensando no que cada pauta significa para as instituições e para toda a…
— Hugo Motta (@HugoMottaPB) April 15, 2025
Aliados do parlamentar esperam que o governo do presidente Lula (PT) atue para retirar o apoio de deputados da base ao projeto. A estratégia do presidente da Câmara, segundo a Folha, seria dividir com o Planalto a responsabilidade de impedir que a proposta avance.
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