
A Polícia Federal (PF) marcou para a tarde desta quinta-feira (17) os depoimentos do atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, e do ex-número dois do órgão, Alessandro Moretti.
Os dois serão ouvidos simultaneamente, mas em salas separadas, na sede da PF em Brasília. Esse formato é comum na fase final de investigações, para evitar interferência entre os relatos.
Corrêa e Moretti serão interrogados no inquérito que investiga um esquema de espionagem ilegal durante o governo Jair Bolsonaro (PL), conhecido como “Abin paralela”. Também está em apuração se houve autorização, por parte da atual cúpula da Abin, para operações de espionagem contra autoridades do Paraguai.
Embora não tenham integrado a chefia da Abin no período do governo Bolsonaro, os dois passaram a ser investigados após suspeitas de que, já nomeados na gestão Lula (PT), possam ter dificultado as apurações da PF, inclusive impedindo o acesso a dados importantes para o avanço do caso.

Segundo investigadores, há provas suficientes, incluindo o depoimento de dezenas de testemunhas, para justificar o indiciamento de Corrêa e Moretti. Essa condição só mudaria caso ambos apresentem, nos depoimentos desta quinta, defesas consideradas irrefutáveis — o que, até o momento, é tratado como improvável.
O ponto de partida da investigação foi a descoberta do uso do software de espionagem FirstMile pela Abin para monitorar, sem autorização judicial, adversários do governo Bolsonaro. O inquérito foi instaurado em março de 2023, e a expectativa inicial era de que fosse encerrado ainda em 2024, o que não se concretizou.
A Polícia Federal deve concluir o relatório do caso na próxima semana. Caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se apresenta denúncia à Justiça, solicita novas diligências ou opta pelo arquivamento.
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