
Na última segunda-feira (14), a Polícia Federal indiciou o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, e seu irmão Wander Nunes Pinto Júnior por suspeita de envolvimento em esquema de fraude em competição esportiva. As investigações apontam para diálogos entre os irmãos sobre um cartão amarelo que o jogador receberia na partida contra o Santos, em novembro de 2023, e apostas realizadas por Wander.
Conhecido nos gramados como “Juninho Neymar”, Wander, que tem 35 anos, um a mais que o atleta, construiu uma carreira discreta como jogador profissional antes de se tornar uma figura conhecida no futebol amador mineiro.
Nascido em João Pessoa (PB), assim como o irmão, Wander tentou a sorte no futebol profissional vestindo as camisas de Aseev e Anápolis, de Goiás, além de Uberlândia e Guarani, de Minas Gerais. Sua passagem mais marcante foi no Campeonato Mineiro de 2016, quando enfrentou o Cruzeiro.
Porém, uma série de lesões na vértebra, que o deixaram quase um ano afastado dos gramados, precipitou sua aposentadoria precoce em 2017, aos 28 anos.
“Juninho Neymar”, apelido que ganhou há mais de dez anos ao platinar o cabelo em homenagem ao craque brasileiro, encontrou no futebol amador mineiro seu novo palco. Vestindo a camisa 17, foi campeão da Recopa Amador de 2024, competição organizada pela Federação Mineira de Futebol (FMF).

Nas redes sociais, onde acumula mais de 25 mil seguidores, Wander divide sua paixão pelo futebol com outra atividade: as transmissões ao vivo de jogos eletrônicos.
Nas horas vagas, o ex-jogador se transforma em streamer, transmitindo partidas de FIFA, GTA, CS:GO e NBA para seus seguidores. Essa faceta descontraída contrasta com a imagem que emerge das investigações da PF, que o aponta como peça central num suposto esquema de apostas com informações privilegiadas.
Manipulação de cartão amarelo
O caso remonta à 31ª rodada do Brasileirão 2023, quando Bruno Henrique recebeu cartão amarelo no jogo contra o Santos. As suspeitas surgiram após movimentações atípicas em casas de apostas, levando à abertura da investigação em agosto do ano passado.
As mensagens trocadas com o irmão Bruno Henrique, reveladas pela PF, mostram um Wander em apuros financeiros: “Tô pensando aqui se você puder fazer isso você vai me salvar de coração mesmo”, escreveu ao pedir R$ 10 mil emprestados, alegando dívidas no cartão de crédito e pensão atrasada dos filhos.
O dinheiro seria para cobrir gastos enquanto aguardava o pagamento de R$ 12 mil de uma aposta suspeita sobre um cartão amarelo que o irmão receberia em jogo do Flamengo.
“Até hoje eles não pagou. Coloquei 3 pra ganhar 12 e eles bloquearam por suspeita (SIC)”, escreveu Wander, pedindo empréstimo de R$ 10 mil ao irmão para pagar dívidas.
Bruno Henrique acabou enviando o valor solicitado, com a mensagem “Pegando dinheiro vc paga em”. Segundo a PF, isso indicaria que o jogador teria conhecimento prévio sobre o cartão amarelo que receberia, informação que teria sido usada por Wander para apostar. O atacante nega as acusações e afirma não ter entendido as mensagens do irmão.
🚨 O cartão suspeito de Bruno Henrique.
O jogador foi expulso no lance, esse cartão teria sido proposital para beneficiar familiares do jogador em APOSTAS.
— Gols do Brasileirão ⚽️🇧🇷 (@golsdobrasil1) April 16, 2025
Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line