Michel Temer, ex-presidente do Brasil. Foto: reprodução

O ex-presidente Michel Temer (MDB), responsável pela indicação do ministro Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em entrevista ao jornal O Globo que considera legítima a discussão no Congresso sobre anistia aos investigados nos atos de 8 de janeiro, mas defende uma solução alternativa: a redução de penas pelo próprio Supremo.

“O Congresso tem o direito de editar uma lei referente à anistia, não se pode negar isso, mas talvez, para não criar nenhum mal-estar com o STF, o melhor seria que o próprio STF fizesse uma nova dosagem das penas”, declarou Temer. O ex-presidente descreveu sua proposta como uma “solução conciliatória”, afirmando que “punição houve, tinha de haver, mas também a pena deve ser de menor tamanho”.

Temer, que indicou Moraes para o Supremo em 2017, elogiou o ministro relator dos casos do 8 de janeiro: “Moraes é um ministro moderado, sensível e que sabe o que fazer. Não é um sujeito cheio de rancores”.

O ex-presidente ainda destacou as decisões de Moraes que permitiram prisão domiciliar para vários investigados, afirmando que “o Alexandre prestou serviço extraordinário. Se não fosse ele, não teria eleições no Brasil”.

Michel Temer e Alexandre de Moraes, seu indicado ao STF. Foto: Agência Brasil

O caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, condenada a 14 anos de prisão ao ser flagrada pichando a estátua da Justiça com a frase “perdeu, mané”, tornou-se emblemático no debate. Moraes e Flávio Dino já haviam votado pela condenação, mas o julgamento foi suspenso por Luiz Fux para análise mais detalhada. Posteriormente, Moraes acatou pedido da PGR e determinou prisão domiciliar para Débora.

Temer sugeriu que decisões como essa mostram a abertura do ministro para soluções intermediárias: “Ele já liberou muita gente para prisão domiciliar, o que já é um sinal. Ele cumprirá um papel de pacificação”. O ex-presidente acredita que Moraes não seria inflexível em relação a uma revisão das penas, evitando assim um confronto entre os Poderes.

Proposta de “meio-termo” agrada Hugo Motta

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), demonstrou abertura para iniciativas que reduzam as penas de réus com menor envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, conforme fontes próximas ao parlamentar. Segundo Octavio Guedes, da GloboNews, uma proposta em análise prevê diminuição de 1/6 a 1/3 na pena desses réus, mas não beneficiaria figuras centrais como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-ministros acusados de liderar os ataques.

Nesse entendimento, a proposta poderia reduzir a pressão sobre Motta acerca da discussão sobre o Projeto de Lei da anistia, agradando a base governista, que teme uma impunidade a Bolsonaro por meio do PL, e acalmando a direita, que alega exagero nas penas aplicadas aos golpistas do 8/1.

A alternativa em estudo visa aprimorar a atual legislação sobre golpe de Estado, permitindo diferenciar os papéis de organizadores, financiadores e participantes com menor envolvimento.

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Last Update: 16/04/2025