O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) completou uma semana de greve de fome em protesto contra a cassação de seu mandato nesta quarta (16). Ele tem dormido no plenário da Câmara onde ocorrem as sessões do Conselho de Ética e ingerido apenas soro, isotônico e água.
O parlamentar perdeu 4,6 kg desde o início do protesto, no último dia 9, segundo sua assessoria, e tem sido acompanhado por uma equipe médica que realiza exames de sangue diariamente. Glauber teve dores de cabeça e desconforto na região da barriga nos últimos dias.
Ele recebeu apoio de ministros do governo Lula, parlamentares aliados, sindicalistas e movimentos sociais. “Estou me alimentando diariamente da solidariedade de vocês. Muito obrigado pelas mensagens bonitas, pelos livros, pelas flores, pelos vídeos, pela mobilização, por tudo”, afirmou o deputado.
O protesto teve início após o Conselho de Ética aprovar, por 13 votos a 5, um parecer que defendia a cassação de seu mandato por expulsar militante do MBL (Movimento Brasil Livre) da Câmara após ser alvo de provocações e ataques em abril de 2024.
Para ser cassado, o caso deve ser aprovado por ao menos 257 votos no Plenário da Câmara, que será responsável pela decisão definitiva. O deputado pode recorrer à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa antes da etapa final.
A Câmara nunca cassou o mandato de um deputado por agressão física e a eventual perda de mandato de Glauber seria inédita. O próprio autor do parecer que recomenda a punição, Paulo Magalhães (União-BA), agrediu um escritor em 2001 e jamais foi punido.
Somente 21 parlamentares perderam o mandato desde a redemocratização, em 1988, e a maioria deles (16) foi cassado por suspeita de corrupção. Outros três foram punidos por assassinato e os dois últimos, por falsificação de documentos.
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