A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira 16, a segunda fase da operação Teatro Invisível, que tem como objetivo desmantelar um grupo envolvido em uma suposta rede de desinformação eleitoral no Rio de Janeiro. 

Segundo os agentes, o esquema funcionava a partir da contratação de atores para encenar diálogos em locais de grande circulação, influenciando na decisão de voto. De acordo com a investigação, esses atores teriam sido contratados com dinheiro público de contratos de serviços inexistentes.

Nesta segunda fase, os agentes cumprem dez mandados de busca e apreensão nos seguintes locais: Cabo Frio (RJ), Itaguaí (RJ), Mangaratiba (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e Juiz de Fora (MG). Não há ordens de prisão.

Um dos alvos da operação desta quarta-feira é o prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho (PL). Outros nomes da política do Rio também estão sob a mira dos investigadores, a exemplo do deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), que já se candidatou ao cargo de prefeito de São João de Meriti, e Aarão (PP), que foi candidato à prefeitura de Mangaratiba.

Ainda na primeira fase, a PF informou que apurou que “os atores contratados, propagadores das informações falsas, recebiam R$ 2 mil por mês para exercer tal função, e que os coordenadores da empreitada criminosa recebiam dos líderes da organização a quantia mensal de R$ 5 mil, além de serem contratados pela própria Prefeitura Municipal”.

A ‘campanha’ de propaganda criminosa possuía um processo de aferição de resultado incluído no seu planejamento por meio da elaboração de relatórios diários das atividades, com a especificação da quantidade de eleitores abordados por dia, número de votantes em cada candidato e o total de eleitores convertidos para o candidato beneficiário do esquema criminoso”, disse a PF. 

Para o financiamento do teatro de notícias falsas, os agentes públicos utilizavam recursos de contratos genéricos com oito empresas. No total, o negócio chegou a gerar prejuízos da ordem de 3,5 bilhões de reais aos cofres públicos. A Justiça determinou o bloqueio nas contas dos investigados de valores que somam a cifra bilionária. As empresas também tiveram as atividades suspensas.

Diante do caso, a PF suspeita que os envolvidos tenham praticado fraude em procedimentos licitatórios, obstrução de justiça, caixa 2 e lavagem de dinheiro.

Nenhum dos alvos da segunda fase da operação Teatro Invisível se pronunciou sobre a ação da PF.

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Last Update: 16/04/2025