Sem experiência no ramo do saneamento, a Equatorial, empresa interessada em virar acionista de referência com a privatização da Sabesp, divulgou uma apresentação a investidores em que sinaliza para cortes na empresa, com destaque para cortes na área de pessoal.

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Na apresentação, a Equatorial também indica que irá redefinir a relação com os sindicatos e implementar a cultura de dono. Ainda no documento, a Equatorial também menciona, como formas de otimizar custos operacionais, programas de demissão, reestruturação de times e estabelecimento de uma cultura voltada a resultados.

“A Equatorial se antecipa como se a Sabesp já estivesse privatizada. Isso ainda não ocorreu. Além disso, deixa claro que irá repetir a receita que aplicou em todos os estados que atua. Vale lembrar que quando entrou no Rio Grande do Sul, ela demitiu mais de 1.200 trabalhadores da antiga estatal CEEE Distribuidora de Energia”, alerta a direção do Sintaema.

O Sindicato destaca que mais uma vez a Equatorial vai utilizar o mantra do aumento da eficiência para demitir trabalhadores e ampliar o lucro dos acionistas.

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“Estamos cantando essa bola desde janeiro de 2023, quando Tarcísio tomou posse e apontou sua mira para Sabesp. Como ocorre em todos os estados que a Equatorial opera, o que está reservado para São Paulo é um cenário de caos. Demissões significa piora no serviço e exclusão de atendimento, sobretudo de quem vive nas periferias de São Paulo”, ressalta a direção do Sintaema.

Além disso, a direção do Sindicato destaca que ao realizar essas declarações para um seleto grupo de acionistas, a Equatorial desrespeita frontalmente o Acordo Coletivo de Trabalho que o Sindicato fechou com a Sabesp e garante 98% de estabilidade até maio de 2026.

O Sindicato ainda alerta para a afirmação da empresa sobre ‘otimizar custos na Sabesp’. “A Equatorial cita como bons exemplos as experiência dela no Pará, Piauí e Alagoas, estados que tiveram ‘alta adesão’ aos programas de demissão voluntária (PDV). Vale lembrar que em todos esses estados a Equatorial coleciona reclamações e, em Alagoas, a Equatorial perdeu recurso ao colegiado da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal) que manteve multas à concessionária, que passam dos R$ 14 milhões”.

Vale destacar que em todos esses estados em que atua, a Equatorial concorreu sozinha pela compra das ações das estatais, pagando por elas valores bem abaixo do preço real que as empresas vendidas valiam. Além disso, ela é conhecida pelos sucessivos apagões e pela demissão em massa de trabalhadores e trabalhadoras com alta capacitação.

O Sintaema segue em luta para barrar esse crime. Tarcísio de Freitas está entregando a terceira maior empresa de saneamento do mundo para ser destruída por uma empresa que parasita o patrimônio do povo.

Juntos contra a privatização!

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Última Atualização: 03/07/2024