A Justiça da Argentina confirmou nesta terça-feira 15 o processo contra o ex-presidente Alberto Fernández, que enfrentará um julgamento por “lesões graves” e “ameaças coercitivas”, no contexto de violência de gênero contra sua então esposa quando ele exercia a Presidência (2019-2023).
Fernández, de 66 anos, havia recorrido em fevereiro, mas a Câmara Federal de Apelações rejeitou os argumentos da defesa. Na decisão de 82 páginas, à qual a AFP teve acesso, Martín Irurzun, um dos dois juízes que votaram pelo prosseguimento do processo, confirmou “as diferentes formas de violência de gênero que o acusado exerceu sobre a vítima de maneira continuada entre 2016 e 2024”.
O juiz ressaltou que a violência causou “danos graves suficientemente comprovados” à saúde da ex-primeira-dama, a jornalista Fabiola Yáñez. Já seu colega Roberto Boico propôs eximir Fernández, citando falhas e parcialidade na investigação.
Em 6 de agosto, Fabiola denunciou o ex-presidente, com quem tem um filho de três anos, por violência física e psicológica. Fernández negou as acusações.
O Ministério Público colheu provas no telefone da secretária particular de Fernández, María Cantero, como fotografias enviadas por Fabiola que mostravam hematomas em seu corpo.