O Irã está pronto para fornecer garantias de que não está buscando armar seu programa nuclear em troca de alívio das sanções dos EUA, disse o principal diplomata do país, conforme citado pelo Tehran Times. Seyed Abbas Araghchi chefiou a delegação iraniana durante conversas indiretas com o enviado dos EUA, Steve Witkoff, na capital de Omã, Muscat, no sábado (12).
A reunião foi o primeiro compromisso diplomático entre Washington e Teerã em anos, com discussões focadas no programa nuclear do Irã e na possível flexibilização das sanções dos EUA.
De acordo com a agência de notícias, Araghchi afirmou que o Irã quer um “acordo ganha-ganha” e “não concordaria, sob nenhuma circunstância, em desmantelar seu programa nuclear”.
Ele disse, no entanto, que o país está “disposto a tomar medidas para fornecer garantias contra a militarização de suas atividades nucleares”. Isso incluiria permitir o acesso da Agência Internacional de Energia Atômica aos locais com equipamentos nucleares do país.
Em troca, Teerã quer que as sanções dos EUA em vários setores sejam removidas sem a possibilidade de serem trazidas de volta “sob outros pretextos”, de acordo com o Tehran Times.
De acordo com a reportagem, Witkoff reconheceu que os EUA precisam fazer concessões. Durante as negociações, o enviado supostamente não mencionou o potencial desmantelamento do programa nuclear do Irã, nem fez referência ao acordo original, o Plano de Ação Abrangente Conjunto (JCPOA), do qual o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou o país em 2018 durante seu primeiro mandato, apesar do fato de que o JCPOA tinha sido idealizado pelo seu antecessor, Barack Obama.
“A conversa com os iranianos será muito sobre dois pontos críticos”, disse Witkoff. A primeira é a verificação do enriquecimento de urânio, “e, finalmente, a verificação do armamento, que inclui mísseis, o tipo de mísseis que eles estocaram lá, e inclui o gatilho para uma bomba”.
O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), no entanto, insiste que as capacidades militares do Irã estão fora de qualquer intromissão estrangeira.
“A segurança e a defesa nacionais e o poder militar estão entre as linhas vermelhas da República Islâmica do Irã, que não podem ser discutidas ou negociadas em nenhuma circunstância”, disse o porta-voz do IRGC, Ali Mohammad Naini, nesta terça-feira (15), conforme citado por vários meios de comunicação.
Fonte: RT