O ex-presidente do Banco Central (BC) Roberto Campos Neto desmentiu, no programa “Pânico”, da Jovem Pan, o deputado estadual bolsonarista Tomé Abduch (Republicanos-SP) sobre a taxação de tranferências via Pix. A fake news foi espalhada por apoiadores do ex-president Jair Bolsonaro (PL) e levou o governo Lula a revogar a medida que ampliava as normas de fiscalização sobre operações financeiras.
“Você deixou um legado para o Brasil, que é o Pix. Como você se sentiu quando falaram em taxar o Pix?”, questionou Abduch. Em resposta, Campos Neto afirmou que nunca acreditou na narrativa de que existiria uma cobrança de impostos nesse tipo de transferência.
“Eu nunca acreditei que foi falado em taxar o Pix. Mesmo porque é impossível taxar o Pix. Não tem como taxar um meio de pagamento sem taxar outros, como TED e DOC. Se você fosse taxar um tipo de transferência e não fosse taxar os outros, acabaria com o Pix. E isso eu acho que nenhum governo faria, de forma alguma”, rebateu.
O ex-presidente do BC ainda afirmou que a medida do governo serviria para calcular quanto trabalhadores informais estavam recebendo e entender a economia do setor. Campos Neto ainda lembrou que Paulo Guedes, ex-ministro da Economia no governo Bolsonaro, sugeriu taxar o Pix e discutiu a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
Veja:
Campos Neto desmentiu o propagador de fake news Tome Abduch @tome_abduch pic.twitter.com/5JC0SJrN2d
— Pastor Mala Oficial (@Prmalaoficial) April 15, 2025
As fake news que sugeriam uma taxação das transações foram espalhadas em janeiro deste ano, quando a Receita Federal anunciou que passaria a monitorar transações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e superior a R$ 15 mil para empresas.
Na ocasião, o governo precisou revogar a medida para “evitar judicialização e mentiras”, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Você não pode cobrar a mais porque a pessoa está pagando em Pix. Pix é dinheiro, é dinheiro instantâneo na conta da pessoa”, explicou.
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