O ataque contra a valorização do salário mínimo feito pelo ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que defendeu o congelamento por seis anos, sofreu pronta e veemente reação dos parlamentares petistas. Em discursos e postagens nas redes sociais, eles saíram em defesa de um dos principais instrumentos de redução das desigualdades e promoção da justiça social dos governos petistas, que garantem mais renda para o trabalhador, emprego e mais crescimento econômico.

Com Lula, o salário mínimo subiu 2,5% acima da inflação em 2023 e 2024. Enquanto o presidente do PT, Humberto Costa, defende o aumento do salário mínimo para o ano que vem, a proposta indecente de Fraga remete aos quatro anos do governo anterior sem um centavo de aumento real, com reajuste somente pela inflação.

“O ódio dessa gente não é contra o PT — é contra o povo tendo dignidade. Eles não suportam ver o trabalhador com emprego, o salário subindo, o pobre vivendo melhor. Seguimos na luta: sempre na defesa do povo brasileiro”, afirmou o presidente nacional do PT, senador Humberto Costa (PE).

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Em postagem no X (antigo Twitter), Costa apontou os ganhos decorrentes do aumento real defendido pelo governo, como desemprego baixo, expansão do trabalho e ganho de renda. “Não vamos ceder às investidas de quem quer espoliar o povo brasileiro com a finalidade de fazer caixa para a elite nadar em dinheiro”, disparou.

Proposta cruel, diz Gleisi

Ao classificar como “inacreditável” a fala de Armínio Fraga, a ministra da Secretaria de Assuntos Institucionais da Presidência, Gleisi Hoffmann, destacou em postagem na rede X os avanços e melhorias para os trabalhadores e para o país quando se tem um governo comprometido com os trabalhadores.

“A política de aumento real do salário, criada e retomada pelo presidente Lula, promove justiça social, impulsiona a economia e faz o país o crescer (diferente do tempo em que Arminio era presidente do BC)”, criticou Gleisi, ao apontar a perversidade de Fraga, que foi presidente do Banco Central no segundo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele é também um dos homens mais ricos do Brasil, ideólogo dos neoliberais e muito querido pelo mercado.

“O que espanta é a crueldade da proposta, que joga unicamente nas costas dos trabalhadores a conta de desajustes que vêm de muito tempo, da apropriação de boa parte da renda pública por setores econômicos privilegiados, como ele deve saber”, disparou.

Em junho de 2024, o presidente Lula afirmou que a política de valorização do salário mínimo é intocável, com reajuste válido para o BPC e pensões, para distribuir renda e estimular o crescimento. “Não farei ajuste em cima dos pobres”, anunciou.

“Se o Armínio Fraga fosse sincero e tivesse dito o que realmente deseja para o Brasil, a manchete seria essa: Brasil precisa trazer a escravidão de volta para o bem do país”, postou o deputado federal Alencar Braga (PT-SP), vice-líder do governo Lula na Câmara, em postagem nas redes sociais “corrigindo” título de matéria de um site que publicou “Brasil precisa congelar salário mínimo por seis anos, diz Armínio”.

O título da matéria do UOL faz referência à fala de Armínio em palestra durante a Brazil Conference, realizada no último sábado (12) nas universidades Harvard e MIT (EUA). Prejudicial aos mais pobres, a medida preservaria o pagamento de juros.

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80 milhões de beneficiados

Enquanto o povo luta pelo fim da escala 6×1, representantes da direita articulam para os trabalhadores pagarem a conta. Diante da proposta vergonhosa de Armínio Fraga, o senador Paulo Paim (PT-RS), histórico defensor da política de valorização do salário mínimo, classificou a proposta de Fraga como um “absurdo” e destacou que o reajuste acima da inflação traz grandes benefícios para o povo.

“Ele beneficia 80 milhões de trabalhadores, fortalece o mercado interno, distribui renda e reduz desigualdades. Todos ganham: trabalhador com mais dinheiro, comércio vendendo mais e municípios arrecadando melhor”, exaltou.

Já o líder da bancada do partido na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) questionou a falta de empatia de Fraga com o povo. “Armínio, não é nada pessoal. Nós já conversamos e eu te respeito. Agora, você se colocou no lugar dessas pessoas? Você toparia fazer esse experimento de viver com esse salário mínimo congelado por 6 anos?”, disparou Lindibergh.

“A gente segue do lado certo”, diz deputado

Ao criticar o ex-presidente do BC, o deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP) apontou que a lógica da elite e deixar a conta para os mais pobres e proteger os interesses dos mais ricos. “Nunca se fala em cortar isenções bilionárias, taxar grandes fortunas ou mexer nos privilégios dos super-ricos. Pra eles, a crise tem que ser paga por quem já vive no aperto. A gente segue do lado certo — o do povo trabalhador”, ressaltou Celeguim, que é presidente do PT de São Paulo.

“Chavões há décadas”, diz economista

Em entrevista ao ICL Notícias, a economista e professora da Unicamp Simone Deos assinalou que a fala de Armínio Fraga não tem fundamento macroeconômico. “O Brasil não é um ‘paciente na UTI’, de nenhum ponto de vista, e os nossos gastos públicos não estão, como ele diz, ‘totalmente descontrolados’. Não há nenhum estudo ou evidência que permita concluir que o país terá qualquer tipo de problema para ‘refinanciar’ a sua dívida interna. Isso não existe. Aliás, o que qualquer pesquisa pode evidenciar é que Armínio Fraga repete esses mesmos chavões – ‘o país vai quebrar’, ‘o paciente está na UTI’, ‘temos um rombo fiscal’- há décadas, e que nada do que ele previu aconteceu”, avaliou.

Da Redação, com ICL Notícias

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Last Update: 15/04/2025