
Responsável pela operação de Jair Bolsonaro neste domingo (13), o cirurgião Claudio Birolini afirmou que o ex-presidente tem um “abdômen hostil”. O procedimento realizado no Hospital DF Star, em Brasília, durou cerca de 12 horas e foi feito para tratar uma obstrução intestinal.
O termo usado pelo médico se refere a uma cavidade abdominal com anatomia alterada, o que torna a região mais complexa para manipulação cirúrgica. O “abdômen hostil” ocorre quando há cicatrizes internas após operações anteriores ou processos inflamatórios.
Essas cicatrizes, que são chamadas de aderências ou bridas, colam órgãos e tecidos que deveriam estar separados em condições normais. O coloproctologista Danilo Munhoz, da clínica DuoProcto, em Brasília, afirma que isso dificulta o trabalho do médico.
“O abdômen hostil exige não apenas conhecimento técnico, mas também uma habilidade refinada, um olhar treinado e uma grande dose de paciência. Os planos anatômicos naturais desaparecem e os órgãos ficam colados uns aos outros. Isso aumenta muito o risco de perfurações acidentais e sangramentos”, explicou ao Metrópoles.

As aderências que se formam dificultam a cicatrização, que deveria ocorrer de forma organizada, e criam ligações fibrosas que podem interferir no trânsito intestinal, causar dor, distensão e até gerar uma nova obstrução em situações mais graves.
“Como ele já passou por diversas cirurgias, o tecido está mais sensível e propenso a formar novas bridas. Infelizmente, essa é uma resposta natural do organismo ao trauma cirúrgico, mesmo quando tudo é feito com a melhor técnica possível”, conclui Munhoz.
Bolsonaro foi internado na última sexta (11) após sentir fortes dores abdominais em agenda no Rio Grande do Norte. Segundo o seu ex-médico, Antônio Luiz Macedo, o ex-presidente apresentava um inchaço em seu abdômen.
Conheça as redes sociais do DCM:
Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line