Caça Saab Gripen E: mais de 4 mil aeronaves ilegais foram interceptadas pela Força Aérea Brasileira (FAB) entre 2019 e 2024. Foto: Reprodução.

A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou mais de 4 mil aeronaves entre 2019 e 2024, sendo 207 somente neste ano, número que segue uma tendência de queda. Apesar da atuação rigorosa, a FAB não divulga dados específicos sobre aeronaves abatidas. Com informações da colunista Mirelle Pinheiro, do Metrópoles.

O episódio mais recente ocorreu no domingo (13), quando narcotraficantes bolivianos que haviam partido do Peru em um bimotor carregado com skunk foram interceptados e tiveram a aeronave abatida. Os criminosos foram presos e encaminhados, em estado grave, ao Hospital Regional de Alta Floresta, no Mato Grosso.

Em fevereiro, outro caso envolveu uma aeronave carregada com drogas, que foi classificada como hostil e submetida ao Tiro de Detenção (TDE), procedimento que consiste em disparos de advertência para impedir a continuidade do voo. A aeronave, que entrou clandestinamente no espaço aéreo brasileiro, era proveniente da Venezuela.

No mesmo mês, a FAB impediu a entrada de 500 quilos de drogas após uma interceptação no Amazonas. A aeronave, vinda do Peru, transportava maconha e haxixe. Após a ordem de pouso obrigatório, o piloto realizou um pouso forçado em uma pista de terra, a cerca de 80 quilômetros de Manaus, colidindo com árvores. Após a aterrissagem, os ocupantes atearam fogo na aeronave e fugiram do local.

Casos semelhantes se repetiram em 2023. Em setembro, a FAB interceptou um helicóptero com 240 quilos de drogas. Em julho, uma aeronave Beechcraft Baron 58, vinda do Paraguai, foi interceptada perto de Gavião Peixoto (SP), transportando mais de 500 quilos de cloridrato de cocaína.

As investigações desses episódios são conduzidas pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), da Aeronáutica, em parceria com a Polícia Federal e outros órgãos de segurança. O foco está em voos clandestinos com indícios de envolvimento em crimes como o narcotráfico. Segundo a FAB, a atuação tem contribuído para uma redução de até 80% no tráfico nas regiões de fronteira.

Como funciona o procedimento?

Para proteger o espaço aéreo nacional, a FAB conta com respaldo legal para abater aeronaves consideradas hostis ou com suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. A chamada Lei do Abate foi instituída pela Lei nº 9.614, de 1998, e regulamentada em 2004 pelo presidente Lula (PT).

A legislação permite a destruição de aeronaves que invadam o espaço aéreo de forma irregular, caso o piloto não atenda às ordens da defesa aérea.

O protocolo de interceptação começa com a detecção da aeronave suspeita na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA). O controle de tráfego aéreo, seja civil ou militar, tenta estabelecer comunicação para identificar o piloto e suas intenções. Se não houver resposta ou se as respostas forem insatisfatórias, caças interceptadores são acionados para realizar a identificação visual.

Se a aeronave insistir em não responder e mantiver comportamento suspeito, o próximo passo é o tiro de aviso, uma medida de advertência para reforçar a necessidade de obediência às ordens. O disparo é gravado e auditado, assegurando que todo o procedimento esteja de acordo com a legislação vigente.

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Last Update: 15/04/2025