Com operações suspensas por determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) desde o último dia 11 de março, a companhia aérea Voepass anunciou que vai demitir parte de seu grupo de funcionários. A empresa, porém, não informa quantas pessoas serão afetadas pelo desligamento.

Em nota oficial, a empresa destaca que, entre os demitidos, estão tripulantes, aeroportuários e funcionários de áreas de apoio. A decisão foi tomada, segundo a companhia, pelo impacto da suspensão temporária determinada pela Anac, que apontou problemas de segurança para interromper as operações.

A Voepass afirma, ainda, que está trabalhando para obter novamente o Certificado de Operador Aéreo (COA), emitido pela agência reguladora. As operações só poderão ser restabelecidas quando a empresa obtiver o documento, que comprova a correção dos problemas apontados pela Anac.

“A companhia está tratando do assunto diretamente com os sindicatos das categorias e dando sequência nas tratativas relacionadas às questões trabalhistas”, destacou a Voepass no comunicado.

Suspensão

Ao determinar a suspensão das operações da Voepass, em março, a Anac disse que a companhia se mostrou incapaz de solucionar irregularidades identificadas em atividades de fiscalização desde a implantação da operação assistida em consequência do acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP) em 9 de agosto de 2024.

Após o acidente, a Voepass foi obrigada pela Anac a reduzir a malha aérea, aumentar o tempo de solo das aeronaves para garantir as condições de manutenção, mudar os administradores e executar um plano de ação para correção de irregularidades.

“No final de fevereiro de 2025, após nova rodada de auditorias, foi identificada a degradação da eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela Agência”, descreveu a agência reguladora ao anunciar a suspensão.

Confira a nota oficial da Voepass sobre as demissões:

A VOEPASS Linhas Aéreas comunica que tomou a difícil decisão de readequar seu quadro de funcionários à nova realidade da empresa e realizou o desligamento de uma parte do seu quadro de funcionários, incluindo tripulação, aeroportuários e pessoas de áreas de apoio. A decisão foi tomada após a suspensão temporária da sua operação, medida que afetou milhares de brasileiros que utilizam a aviação regional todos os dias e provocou um impacto direto no caixa da companhia, que já estava em processo de reestruturação financeira, tendo ajuizado um pedido de tutela preparatória em fevereiro deste ano.

A companhia está adotando todas as medidas necessárias para demonstrar sua capacidade operacional para restabelecer seu Certificado de Operador Aéreo (COA) pela ANAC, com o objetivo de retomar suas atividades o mais breve possível. Nesse processo, sua malha encontra-se sob revisão e análise frequentes, que consequentemente tem impacto direto na quantidade de pessoas que emprega.

A companhia ressalta que, mesmo diante de todos os desafios que vem enfrentando, sempre teve como objetivo preservar o máximo de empregos possíveis e manter a sua sustentabilidade no longo prazo; e com isso manter seu compromisso de conectar o interior do Brasil aos grandes pólos.

Reforça ainda que considera sua história de 30 anos – sendo a companhia aérea há mais tempo em operação no país – uma força essencial e estratégica de desenvolvimento na aviação brasileira – já que poucas companhias aéreas investem na inclusão de cidades do interior no transporte aéreo.

A companhia está tratando do assunto diretamente com os sindicatos das categorias e dando sequência nas tratativas relacionadas às questões trabalhistas.

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Last Update: 15/04/2025