Em greve de fome e ‘acampado’ na Câmara dos Deputados desde a última quarta-feira 9, em protesto contra o processo de cassação de seu mandato, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) recebeu as visitas de três ministros do governo federal no último fim de semana.

No domingo 13, Marcio Macedo, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, foi à Câmara pela manhã, acompanhado de líderes de movimentos populares. Macedo disse que a greve de fome de Glauber é “um gesto extremo em defesa da democracia e do mandato concedido a ele pelo povo”.

“Neste Domingo de Ramos, em que se celebra o início da Semana Santa, a resiliência, a fé em Deus, a opção em defesa dos mais necessitados, é importante que prevaleça o diálogo e que se chegue à melhor solução possível desse impasse, respeitando a soberania e o voto popular”, escreveu Macedo na rede social X (antigo Twitter).

Na véspera, sábado 12, Glauber recebeu as visitas de dois outros nomes de primeiro escalão do governo federal: Gleisi Hoffmann (ministra das Relações Institucionais) e Sidônio Palmeira (ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social).

“Essa não é uma matéria de governo, é uma matéria da Casa, de julgamento interno. A gente apela aos parlamentares para rever essa posição. Eu considero uma decisão muito injusta, desproporcional. Já houve situações muito parecidas que o Conselho de Ética não teve a mesma decisão”, disse Gleisi.

A comitiva que visitou Glauber no sábado contou, ainda, com o deputado federal Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara. Ele afirmou que trabalha junto a representantes de outros partidos para tentar evitar a cassação.

“É fundamental achar uma saída para esse caso do Glauber, envolvendo a presidência da Câmara e os líderes [partidários]. Não está bom para a Câmara. A gente tem que insistir nesse caminho, de achar uma saída negociada”, disse Lindbergh.

Glauber é julgado por suposta quebra de decoro parlamentar, depois de expulsar, aos empurrões, um representante do ‘Movimento Brasil Livre’ que gravava vídeos dentro do prédio da Câmara visando constranger parlamentares. O episódio aconteceu em abril de 2024. Na quarta-feira 9, o relatório que recomenda a cassação foi aprovado no Conselho de Ética.

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Last Update: 14/04/2025