O exército da entidade sionista voltou a atacar covardemente a infraestrutura civil da Faixa de Gaza neste domingo (13), ao bombardear o Hospital Al-Ahli Árabe, na cidade de Gaza  — o último hospital ainda funcional no norte do território. O ataque, realizado durante a madrugada, atingiu diretamente setores essenciais da unidade, deixando pacientes em estado crítico sem abrigo, sem oxigênio e sem acesso a cuidados médicos. Segundo relatos da imprensa internacional, os doentes e feridos foram forçados a evacuar o local, sendo deixados nas ruas, onde muitos acabaram morrendo à espera de atendimento.

De acordo com a agência Reuters, os funcionários do hospital iniciaram a evacuação de emergência após um homem ter recebido uma ligação telefônica de alguém que se identificou como membro da “segurança israelense”. Minutos depois, o bombardeio foi executado. A Diocese de Jerusalém, responsável pela instituição, informou que ao menos dois mísseis atingiram o hospital, destruindo completamente o laboratório genético — um prédio de dois andares — e danificando severamente a farmácia e o departamento de emergência. Além disso, a explosão provocou danos estruturais nos arredores, inclusive na Igreja de São Filipe, localizada nas proximidades do complexo médico.

Em nota, a Diocese afirmou estar “indignada” com mais este ataque contra o hospital, relembrando que esta foi a quinta vez que o Al-Ahli é alvo direto da ofensiva sionista desde o início da guerra em 2023. O bombardeio ocorreu no Domingo de Ramos, data que marca o início da Semana Santa no calendário cristão, o que acentua ainda mais o caráter bárbaro e desrespeitoso do crime.

O Hospital Al-Ahli, também conhecido como Hospital Batista, era o único centro médico ainda em funcionamento no norte da Faixa de Gaza, após a destruição sistemática de toda a rede de saúde da região por parte do exército sionista. Sua destruição deixa mais de um milhão de pessoas completamente desassistidas, sem acesso a atendimento emergencial, ambulâncias ou suporte médico básico.

Razan al-Nahhas, médica emergencista que trabalhou no Al-Ahli, relatou à Al Jazeera que pelo menos três pacientes — incluindo um menino de 12 anos com traumatismo craniano — morreram durante a evacuação forçada. “Ele estava ligado ao oxigênio, assim como os outros dois pacientes. A família teve que levá-los caminhando até um hospital menor, sem estrutura para recebê-los. Eles chegaram mortos”, afirmou.

Tareq Abu Azzoum, correspondente da emissora, descreveu que os pacientes das unidades cirúrgicas e de emergência foram deixados sem abrigo ou suporte vital. A situação é considerada uma “escalada dramática” na campanha de extermínio promovida pela entidade sionista contra o povo palestino. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, desde o rompimento do cessar-fogo por parte de “Israel” em 18 de março, mais de 1.560 pessoas foram assassinadas, sendo ao menos 500 crianças. Desde o início da guerra, o número de mortos chega a 50.944, com outros 116.156 feridos.

Marwan al-Hams, diretor dos hospitais de campanha de Gaza, advertiu que a destruição do Hospital Batista comprometeu totalmente a capacidade de atendimento emergencial em toda a região norte. Segundo ele, há mais de 40 dias não entram medicamentos, insumos nem combustível na Faixa de Gaza. “As usinas de oxigênio estão fora de operação, colocando em risco imediato dezenas de vidas”, declarou ao canal Al Mayadeen. Ele ainda alertou que, sem intervenção urgente da comunidade internacional, “todo o sistema de saúde de Gaza pode entrar em colapso total”.

O ataque ao Hospital Al-Ahli soma-se à longa lista de crimes contra hospitais perpetrados pela entidade sionista. Desde outubro de 2023, 36 hospitais foram alvos diretos dos bombardeios de “Israel”, de acordo com o Escritório de Comunicação do Governo de Gaza. Em nota, o órgão classificou a ofensiva como uma “violação flagrante das convenções internacionais e do direito humanitário”.

Diante do novo massacre, o Hamas emitiu uma nota:

Comunicado de imprensa do Hamas

O bombardeio ao Hospital Batista, a destruição da sala de recepção e emergência por aviões israelenses e o deslocamento dos pacientes e feridos constituem um novo crime de guerra cometido pelo exército fascista de ocupação, como parte de sua série de crimes brutais na Faixa de Gaza.

Este crime brutal confirma, mais uma vez, que estamos diante de uma entidade criminosa que violou todas as leis, regulamentos e normas humanas, operando com cobertura e cumplicidade americana, enquanto todos os mecanismos internacionais de responsabilização estão completamente suspensos.

Como o mundo, e suas instituições políticas e jurídicas, lideradas pelo Conselho de Segurança da ONU, podem permanecer em silêncio diante desses crimes sem precedentes na era moderna, que incluem o bombardeio de hospitais e a expulsão de doentes e feridos para as ruas?

Responsabilizamos plenamente a administração dos EUA pelo crime brutal da ocupação no Hospital Batista, e afirmamos que não teria ocorrido sem a luz verde concedida por Washington.

A comunidade internacional, as Nações Unidas e seus órgãos, e nossos países árabes e islâmicos devem agir imediatamente para deter essas violações flagrantes do direito internacional e assumir sua responsabilidade política e moral para acabar com esse genocídio em curso na Faixa de Gaza.

Os povos árabes e islâmicos, e todos os povos livres do mundo, enfrentam hoje uma responsabilidade histórica de impedir o isolamento criminoso de nosso povo palestino em Gaza e a continuação de seu extermínio e abuso. Isso deve ser feito através da intensificação dos movimentos populares em todos os campos, e do exercício de toda pressão possível para parar o massacre brutal na Faixa de Gaza.

Movimento de Resistência Islâmica – Hamas

Domingo, 13 de abril de 2025

O Hesbolá também reagiu com dureza ao ataque. Em comunicado, denunciou a agressão como “um crime de guerra claro”, que revela mais uma vez “o rosto criminoso e selvagem do inimigo sionista”. A nota denuncia que o ataque faz parte de uma guerra genocida, “com apoio ilimitado dos Estados Unidos”, e pede ação imediata de organismos humanitários e médicos internacionais para proteger os civis e deter “este crime de extermínio”.

Declaração do Hesbolá

O Hesbolá condena veementemente o bombardeio ao Hospital Batista Al-Ahli em Gaza, que levou à destruição de partes do hospital, retirando-o de funcionamento e deslocando pacientes, feridos e civis que buscavam refúgio contra o terrorismo e os crimes do inimigo.

Esta agressão flagrante constitui um crime de guerra evidente e reafirma o rosto criminoso e selvagem do inimigo sionista, que não hesita em cometer atrocidades sob falsas alegações, desconsiderando todas as leis humanitárias e internacionais.

O ataque repetido à estrutura de saúde — incluindo hospitais, médicos e trabalhadores da saúde — é parte da guerra genocida levada a cabo pela máquina de matar sionista contra o povo palestino. Representa um crime bárbaro no contexto da destruição sistemática do que resta das condições mínimas de vida na Faixa de Gaza sitiada, com cumplicidade e apoio americano ilimitado.

O Hesbolá apela a organizações internacionais e de direitos humanos, bem como a entidades médicas árabes e internacionais, para que condenem essa agressão brutal e atuem imediatamente para proteger civis e hospitais em Gaza, e para deter este crime genocida.

Domingo, 13 de abril de 2025

Como de costume, o exército sionista recorreu à já desmoralizada tática de alegar que o hospital estaria sendo usado como “centro de comando e controle do Hamas”. É a repetição da clássica mentira usada para justificar bombardeios contra escolas, hospitais, mesquitas e demais estruturas civis de Gaza — sempre sem apresentar qualquer prova, como ocorreu no passado com o Hospital Al-Shifa.

Em resposta à tentativa de justificar o massacre, o Hamas divulgou uma nova declaração, na qual afirma que a acusação não passa de mais uma “narrativa falsa do exército terrorista de ocupação”, usada para legitimar a violação da soberania dos hospitais e o assassinato de civis indefesos. O movimento pede a criação urgente de uma comissão internacional de investigação independente para desmascarar a farsa do exército sionista.

Nota oficial do Hamas

O comunicado emitido pelo exército terrorista de ocupação após o crime de bombardear o Hospital Al-Ahli Al-Ma’madani, retirando-o de serviço, alegando que o movimento o utilizava para fins militares, é uma repetição descarada das mentiras que a ocupação propaga para justificar seus crimes brutais contra abrigos, civis inocentes e hospitais, como ocorreu anteriormente com o Complexo Médico Al-Shifa e outras instalações médicas.

O governo fascista de ocupação continua a ignorar todas as leis e normas humanitárias, violar a santidade dos hospitais e derramar o sangue de civis inocentes, com o objetivo de se vingar brutalmente do povo palestino. Após cada crime brutal ou massacre, seu exército terrorista apresenta uma narrativa falsa, sem qualquer prova, para justificar suas ações.

Este comportamento brutal representa um desprezo flagrante pela opinião pública mundial, pelos valores e leis, e pelos instrumentos da justiça internacional. Isso exige uma posição séria da comunidade internacional e de suas instituições para deter e responsabilizar os criminosos de guerra, os líderes da ocupação terrorista.

Nós, do Movimento Hamas, exigimos a formação de uma comissão internacional de investigação independente para refutar essas falsas alegações, revelar a verdade sobre as violações sem precedentes cometidas pelo exército de ocupação terrorista na Faixa de Gaza, no contexto da guerra contínua de extermínio e vingança, e pôr fim a esses crimes que continuam sem punição.

Movimento de Resistência Islâmica – Hamas

Domingo, 13 de abril de 2025

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Last Update: 14/04/2025