O Brasil tem o potencial para atrair talentos estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos, onde os cortes de investimentos em ciência e tecnologia e as incertezas políticas têm gerado insatisfação na comunidade científica. A avaliação é do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), c, em entrevista a TV GGN 20 horas, transmitida ontem (11) no Youtube. [Assista a íntegra no final da matéria]
Segundo Galvão, o país está atento ao contexto global e intensifica esforços para não apenas receber pesquisadores de outras nações, mas também para consolidar seu próprio ecossistema de inovação, a partir da colaboração entre a academia, o setor produtivo e o governo.
Nesse sentido, o CNPq tem direcionado suas ações para a internacionalização do conhecimento. Um exemplo é a parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para o relançamento de um programa de professores visitantes dos Estados Unidos.
“Criamos um grupo de trabalho do CNPq com a Capes para restabelecer um programa de professores visitantes, que vêm dos Estados Unidos para o Brasil. Não é necessário serem americanos, podem ser brasileiros ou estrangeiros. Desde que Trump entrou [na presidência dos EUA], já recebi mais de uma dezena de mensagens de estrangeiros que conheço e estão trabalhando nos Estados Unidos, perguntando se há oportunidades no Brasil“, revelou Galvão.
Além dessa ação, o CNPq tem implementado outros programas que buscam facilitar o retorno de pesquisadores brasileiros com experiência internacional e a criação de redes de pesquisa com aqueles que atuam no exterior.
Construindo políticas duradouras
Durante a entrevista ao jornalista Luís Nassif, Galvão também abordou um desafio histórico no cenário brasileiro: a falta de continuidade em programas de governo, que dificulta a consolidação de políticas consistentes e de longo prazo. Para superar esse obstáculo, o presidente do CNPq enfatizou a importância da articulação entre os diversos atores com potencial de contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.
Sendo assim, um dos focos do CNPq é a integração da pesquisa acadêmica com as demandas do setor empresarial, com destaque para os programas que buscam aproximar a academia de pequenas e médias empresas e também de startups inovadoras.
Outra notícia animadora é a recente associação do Brasil ao CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear). Galvão explicou que essa parceria abre novas perspectivas para empresas brasileiras, permitindo que elas se tornem fornecedoras de equipamentos de ponta e impulsionem a indústria nacional.
Olhando para o futuro
Na busca por ampliar o engajamento da sociedade com a ciência e a tecnologia, o CNPq também explora uma possível colaboração com a plataforma Brasilianas, idealizada por Nassif, para divulgar as novidades e os resultados dos programas e projetos. Assista a íntegra da entevista: