
Deputados bolsonaristas viram como uma “afronta” a presença de parentes de vítimas da ditadura militar no julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ivo Herzog e Hildegard Angel, filhos do jornalista Vladimir Herzog e da estilista Zuzu Angel – ambos assassinados pelo regime e símbolos da resistência contra os militares – sentaram-se na primeira fila do plenário da Primeira Turma do STF durante o julgamento. Lucas Herzog, neto de Vladimir Herzog, também acompanhou o julgamento e sentou-se ao lado do pai na plateia.
Para parlamentares próximos de Bolsonaro ouvidos pela coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, a presença desses familiares seria uma tentativa da Corte de associar a ditadura ao ex-presidente.

O deputado federal Coronel Meira (PL-PE), que fez um escândalo ao ser impedido de acompanhar o julgamento no plenário, afirmou que os familiares ocuparam os assentos destinados a parlamentares que não conseguiram entrar por terem chegado atrasados.
“Eles colocaram servidores e familiares de vítimas da ditadura lá dentro, mas não colocaram os deputados”, reclamou.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Ivo Herzog e Hildegard Angel afirmaram que decidiram comparecer ao julgamento “por ser um momento histórico” e por considerarem uma “obrigação pessoal”.