Em 3 de julho de 1917, nasceu o militante político, jornalista e treinador de futebol Luís Carlos Silva. Natural de Alegrete, no Rio Grande do Sul, Luís Silva fez carreira como jornalista no Rio de Janeiro, sendo um dos principais jornalistas esportivos do país, atuando também como técnico de futebol, primeiro do Botafogo em 1957 e da seleção brasileira em 1969.

Silva veio de uma família profundamente envolvida com as lutas políticas, tendo tomado partido na chamada Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul, e posteriormente foge para o Uruguai. Com o fim do conflito armado, voltam ao Rio Grande do Sul e em seguida, mudam-se para o Paraná. É nesse período que Silva toma contato com futebol, pois morava perto do estádio do Atlético Paranaense em meados da década de 1920. Em 1928, os Silva voltam ao Rio Grande do Sul, aliando-se a Getúlio Vargas e com o novo governo, mudam-se para o Rio de Janeiro na década de 1930.

É na então capital federal que Luís Silva começa sua carreira no mundo do esporte. Forma-se em Direito e em Jornalismo, e começa a escrever colunas esportivas nos principais jornais do País, atuando também na rádio e na televisão como comentarista esportivo, adquirindo grande notoriedade nacional. Também no Rio de Janeiro, sua atividade militante se desenvolve, levando-o a se filiar ao Partido Comunista na década de 1940. No partido, chega a ser eleito para secretário-geral da União da Juventude Comunista e posteriormente, acaba sendo fichado e preso em 1947. Foi membro do PCB durante toda vida, chegando a ser dirigente do partido e estado na clandestinidade em alguns momentos.

Silva também atuou profissionalmente como jogador no Botafogo por um breve período. Foi diretor do Botafogo e técnico em 1957, ainda que com pouca experiência conquistou o campeonato estadual daquele ano. Em 1969, foi anunciado como treinador da Seleção Brasileira pelo presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), João Havelange, segundo suas palavras, para as críticas dos jornalistas, colocando um deles na direção. O fato é que campanha de 1966 foi fraca, o Brasil foi mal na Copa e perdeu, levando Silva a desenvolver um padrão de jogo muito mais ofensivo. Apesar de time montado, as “feras de Silva” (como o time ficou conhecido) colecionou crises, culminando em um empate em 1 a 1 contra o Bangu, chegando desacreditado à Copa do Mundo do México, em 1970.

Aproveitando-se da situação, a Ditadura Militar cortou Silva da direção Seleção as vésperas da Copa, substituindo-o por Mario Zagallo. Silva retornou ao jornalismo e continuou suas análises críticas do futebol, sendo um dos mais destacados críticos da europeização do futebol brasileiro. Morreu em 1990, vitima de um enfisema pulmonar, em plena transmissão da Copa do Mundo da Itália.

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Última Atualização: 03/07/2024