Teve início, nesta sexta-feira (21), o julgamento da cabeleireira  Débora Rodrigues dos Santos, acusada de ter pichado a frase “Perdeu, mané”, na estátua da “A Justiça” usando um batom no 8 de janeiro. 

Relator, o ministro Alexandre de Moraes votou pela condenação, com pena de 14 anos de prisão, cumprida inicialmente em regime fechado, além de multa por danos morais.

O ministro defende que a ré agiu de forma dolosa e aderiu a propósitos criminosos que resultariam na abolição do Estado Democrático de Direito e a deposição do governo legitimamente eleito. 

Analisado em plenário virtual, o julgamento está previsto para terminar na próxima sexta-feira (28), se não houver pedidos de vista. 

Até lá, os ministros analisam a denúncia da Procuradoria-Geral da República, que a acusa de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; associação criminosa armada; dano qualificado; e deterioração de patrimônio tombado. 

A defesa da cabeleireira alega que a análise do caso não competiria ao STF e também que não há causa, pois a conduta da cliente não configurou crime. 

“Solidariedade”

O nome de Débora Santos foi amplamente citado no último dia 16, quando o pastor Silas Malafaia organizou um ato pela anistia dos presos condenados por depredar as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. 

O rosto da cabeleireira, inclusive, chegou a estampar um dos banners do trio que recebeu bolsonaristas, utilizando, inclusive, o nome do filme “Ainda Estou Aqui” para causar comoção. 

Disfarçado de solidariedade aos que foram “presos injustamente” (outro termo usado pelos manifestantes) pelo STF, o ato, na verdade, teve como intuito criar uma narrativa de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além da tentativa de pressionar o Congresso a discutir um projeto que pudesse garantir respaldo a Bolsonaro, cujo início do julgamento está marcado para a próxima terça-feira (25). 

O ato, no entanto, não mobilizou o montante de cariocas suficiente. Enquanto a organização esperava a presença de 400 mil pessoas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, pouco mais de 18 mil pessoas participaram da manifestação, de acordo com contagem da Universidade de São Paulo.

Vale lembrar ainda que a solidariedade bolsonarista poderia ser considerada tardia, uma vez que o primeiro réu condenado pelo STF por participação nos atos golpistas, Aécio Pereira, foi sentenciado em 14 de setembro de 2023 e segue preso desde então.

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Last Update: 21/03/2025