A Argentina registrou o encolhimento da sua economia ao marcar – 1,7% de Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. Dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), divulgados na quarta (19), mostram que o presidente Javier Milei teve que amargar o resultado negativo, apesar de toda a boa vontade da grande mídia do seu país, e também da brasileira, que tentou vender o resultado como algo positivo.

Este retração ocorre, principalmente, pelas medidas que Milei emplacou: privatizações, congelamento de obras púbicas, demissão de servidores públicos, falta de reajustes de salários, aposentadorias e pensões, dentre outras medidas.

Fonte: Indec

O resultado é divulgado em um momento conturbado do país em que os aposentados realizam grandes passeatas contra os cortes na Previdência feitos por Milei. A “Marcha dos Aposentados”, em 12 de março, em Buenos Aires, contou com o apoio de sindicatos e torcidas organizadas de futebol, no entanto a repressão violenta da polícia marcou os atos.

A situação não intimidou a população que desde então tem promovido outras ações e marchas contra o governo Milei. Na quarta, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) manifestou sua preocupação com o que ocorreu no dia 12: “O Estado argentino deve garantir os direitos à liberdade de expressão e associação, e empregar protocolos baseados em direitos humanos quanto ao uso da força em manifestações, de acordo com os padrões interamericanos.”

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A CIDH lembra que a operação da polícia de Milei deixou 20 feridos, incluindo um aposentado de 87 anos, prendeu 114 pessoas, dentre elas dois adolescentes de 12 e 14 anos, assim como deixou um jornalista de 35 anos em estado crítico após ser ferido por uma bomba de gás lacrimogêneo.

Estas situações ainda ocorrem após o escândalo das criptomoedas de Milei, ocorrido em fevereiro. Para completar, o presidente argentino recebeu aval do Congresso para um novo empréstimo junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional), afundando o país em outro empréstimo que a despeito de garantir o dinheiro para o mercado financeiro em juros, não segurou o encolhimento do PIB que propiciou colateralmente a queda da inflação, assim como a população argentina segue em franco empobrecimento com arrochos e reformas que retiram direitos sociais.

PIB argentino

Este foi o primeiro resultado anualizado de PIB obtido por Milei: recuo de -1,7% em 2024 em comparação a 2023. Ele foi calculado com o fechamento dos resultados do quarto trimestre, quando a atividade econômica teve aumento de 1,4% frente ao período anterior.

“A queda de -1,7% do PIB em 2024 respondeu à queda do consumo privado (-4,2%), consumo público (-3,2%) e formação capital fixo bruto (-17,4%). Tiveram um aumento em relação a 2023 exportações (23,2%)”, coloca o Indec.

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Last Update: 20/03/2025