A bancada do PP na Câmara endossou nesta terça-feira 18 a ideia de formar uma ‘superfederação’ com o União Brasil. Se concretizada, a aliança criará uma das maiores forças do Parlamento, com ao menos 106 integrantes. O passo seguinte é a deliberação interna no partido chefiado por Antonio de Rueda, que deve ocorrer ao longo da semana.
Todos os congressistas deram aval à federação. Se o União decidir seguir o mesmo caminho, o presidente do PP, Ciro Nogueira afirma que os dirigentes darão início à construção do estatuto partidário. A ideia é dividir os comandos estaduais da federação entre as siglas, seguindo critérios de tamanho de bancada no Congresso e proporcionalidade.
A presidência da federação será exercida de forma intercalada e não há objeção para que esse arranjo se inicie pelo PP, com o comando do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (AL).
Nogueira e Rueda também tentavam atrair o Republicanos, liderado pelo deputado Marcos Pereira, para a aliança. Como mostrou CartaCapital, por temer perda de espaço, a bancada da legenda na Câmara optou por seguir sozinho. A ideia de unir as três siglas do Centrão surgiu em 2022, após a eleição presidencial, mas ainda não foi concretizada por entraves regionais.
Hoje, as maiores bancadas do Congresso são a do PL, com 99 deputados, e a federação do PT, com 80. Na sequência, União Brasil tem 59 cadeiras, PP, 47. A federação negociada entre PP e União se tornaria, portanto, a maior força da Câmara.
Ter a maior bancada é importante, por exemplo, para ter preferência na hora de dividir o comando de comissões. O maior partido — ou maior federação — pode, por exemplo, escolher primeiro com qual colegiado quer ficar. A federação também amplia o número de prefeitos, vereadores e governadores, dando mais força a união das siglas.
Desde 2017, as coligações foram extintas nas eleições proporcionais, que escolhem deputados e vereadores. No entanto, a legislação continuou a permitir a união de partidos em torno de uma única candidatura nas disputas majoritárias (para presidente, senador, governador e prefeito).
Com a criação das federações, instituída em 2022, os partidos podem se unir na disputa por qualquer cargo, desde que permaneçam assim por todo o mandato conquistado. A federação vale para eleições majoritárias e proporcionais.
A principal diferença entre os modelos, portanto, é o caráter permanente das federações, uma vez que as alianças firmadas nas coligações valem apenas até a eleição e podem ser desfeitas logo em seguida. Hoje, três federações partidárias estão em vigor: PT-PCdoB-PV, Rede-PSOL e PSDB-Cidadania.