O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que torne as 12 pessoas, do chamado “núcleo policial e militar”, réus pelo suposto envolvimento no plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da SIlva, o vice Geraldo Alkcmin e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

“A denúncia descreve de forma pormenorizada os fatos delituosos e as suas circunstâncias, ‘explanando de forma compreensível e individualizada a conduta criminosa em tese adotada por cada um dos denunciados’”, diz Gonet ao responder as defesas dos acusados.

Na semana passada, o PGR fez a mesma solicitação ao STF para os integrantes do primeiro grupo, no qual estão Jair Bolsonaro; Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); Alexandre Ramagem, (ex-diretor da Abin); Augusto Heleno, (ex-ministro do GSI); Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa); Walter Braga Netto (ex-chefe da Casa Civil); Mauro Cid (ex-ajudante de ordens) e Almir Garnier (ex-comandante da Marinha).

Leia mais: PGR mantém denúncia contra Bolsonaro e mais 33 pela tentativa de golpe

Caso a Primeira Turma do STF aceite a denúncia contra integrantes desse grupo, no julgamento do próximo dia 25, eles serão transformados em réus e responderão ação penal na corte.

Ao todo, são 34 pessoas acusadas dos crimes de organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.

No caso do “núcleo policial militar”, a denúncia diz que os militares teriam monitorado autoridades e estariam envolvidos no plano que previa a morte do presidente Lula, de Alckmin e Moraes.

O plano “Punhal Verde e Amarelo”, de acordo com a Polícia Federal (PF), foi elaborado pelo general da reserva Mario Fernandes, preso em novembro.

No dia 12 de novembro de 2022, o esboço dele teria sido apresentado a Braga Netto durante reunião na sua residência.

“A reunião contou com o tenente-coronel MAURO CESAR CID, o Major RAFAEL DE OLIVEIRA e o Tenente-Coronel FERREIRA LIMA, oportunidade em que o planejamento foi apresentado e aprovado pelo General BRAGA NETTO”, diz a PF sobre esse chamando grupo 3.

De acordo com a denúncia, Bolsonaro sabia e concordou com o esquema traçado. O plano previa envenenar Lula e Moraes e, em seguida, instituir o “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”.

Confira a composição do núcleo 3:

– Bernardo Correa Netto; coronel preso na operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal;
– Cleverson Ney; coronel da reserva e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
– Estevam Theophilo, que é general da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
– Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército e supostamente envolvido com carta de teor golpista;
– Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
– Márcio Nunes de Resende Júnior: coronel do Exército;
– Nilton Diniz Rodrigues, general do Exército;
– Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel e integrante do grupo “kids pretos”;
– Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército;
– Ronald Ferreira de Araújo Junior, tenente-coronel do Exército acusado de participar de discussões sobre minuta golpista;
– Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel; e
– Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 18/03/2025