A recente Reforma Tributária no Brasil promete ser um daqueles acontecimentos que sacodem o tabuleiro do xadrez econômico. Com o fim de diversos incentivos fiscais no Nordeste e Centro-Oeste, muitas empresas estão fazendo as malas e pegando o primeiro voo (ou melhor, a primeira carreta) de volta para estados do Sul e Sudeste. E não é por saudade da garoa paulista ou do pão de queijo mineiro, mas porque lá estão a infraestrutura, a tecnologia e a proximidade com os grandes centros consumidores. Em outras palavras, está todo mundo querendo reduzir custos e evitar gastos desnecessários com logística e fornecimento de insumos. É tudo que se quer no nosso Brasil: a criação de zonas de abandono de cidades e suas Detroitizações.
Com os novos ajustes fiscais, a vantagem competitiva de manter uma empresa em regiões que antes ofereciam incentivos, praticamente desaparece. Se antes uma montadora ou uma fábrica de autopeças se instalava em um estado com impostos reduzidos e subsídios generosos, agora a história é outra. Sem esses atrativos, faz muito mais sentido para as empresas voltarem a se estabelecer em locais onde já existe uma cadeia de produção consolidada e uma infraestrutura de primeira linha.