Tenente-coronel Hélio Lima ao lado da esposa, coronel Carla Lobo Loureiro, quando ela passou a Direção do Hospital de Guarnição de Florianópolis (HGuFl), em 2021
Tenente-coronel Hélio Ferreir Lima ao lado da esposa, coronel Carla Lobo Loureiro, quando ela passou à direção do Hospital de Guarnição de Florianópolis (HGuFl), em 2021 – Reprodução

A coronel Carla Lobo Loureiro, uma das duas militares aptas à promoção a general de brigada e que pode se tornar a primeira mulher oficial-general da história do Exército brasileiro, é casada com o tenente-coronel Hélio Lima.

Ele é um dos kids pretos presos por envolvimento na trama golpista que pretendia impedir Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de tomar posse após as eleições de 2022.

No fim de 2024, o nome de Carla ganhou espaço na mídia por conta de um questionamento feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à frequência das visitas recebidas por militares ligados ao caso. Na época, foi mencionado que a coronel fazia visitas diárias ao marido enquanto ele esteve sob custódia no Rio de Janeiro.

O Exército chegou a responder que as visitas foram autorizadas pelo comandante do 1º Batalhão de Guarda de forma “extraordinária”. Isso porque a militar residia em Manaus e estava na capital fluminense por tempo limitado exclusivamente para visitar o companheiro.

“A extraordinariedade das visitas realizadas pela Coronel Médica Carla Lobo Loureiro se justificou pelo fato de a mesma residir na cidade de Manaus/AM e ter permanecido na cidade do Rio de Janeiro por um curto período de tempo, somente para fins de visitação ao seu cônjuge”, explicou comunicado do Exército.

Registro da passagem da Direção do Hospital de Guarnição de Florianópolis (HGuFl)
Registro da passagem da direção do Hospital de Guarnição de Florianópolis (HGuFl) – Divulgação

As coronéis Carla Lobo Loureiro e Carla Maria Clausi, ambas da turma de oficiais médicos de 1997, preenchem todos os requisitos para serem promovidas. A decisão será tomada pelo Alto Comando em outubro, com possibilidade de efetivação a partir de novembro.

Depois de dois séculos de existência, o Exército brasileiro teria sua primeira mulher oficial-general, o que reforçaria o compromisso das Forças Armadas com a inclusão feminina, especialmente após a autorização do alistamento voluntário de mulheres, em vigor desde este ano.

Hélio Ferreira Lima, 46 anos, um dos indiciados pela PF no inquérito do golpe, tinha num pendrive um documento que detalhava um plano de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

De acordo com a Polícia Federal, ele teve um papel central nos planos para desestabilizar o governo eleito em 2022. É suspeito de participar de reuniões estratégicas onde foram discutidas formas de deslegitimar as eleições e monitorar adversários políticos, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Uma dessas reuniões ocorreu em novembro daquele ano, na casa do general Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Na ocasião, Lima teria apresentado um plano detalhado de ações clandestinas para garantir que Bolsonaro permanecesse no poder.

Os documentos apreendidos pela PF reforçam o envolvimento do militar nos planos golpistas. Entre os arquivos encontrados, a “Operação Luneta” descrevia estratégias para anular os resultados das eleições de 2022 e garantir o controle do governo. Já a “Operação Pacificação Nacional” detalhava os passos para estabilizar o país após a implementação do golpe.

Pessoas ligadas ao debate afirmam que há expectativa de que o Alto Comando, liderado pelo general Tomás Paiva, indique uma mulher para a patente até o início de 2026.

A decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recebe a sugestão por meio do Ministério da Defesa. Apesar de rara, uma negativa por parte do chefe do Executivo é possível.

O coronel Hélio Lima

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Last Update: 17/03/2025