Bolsonarista, o médico Antônio Teobaldo foi preso por estupro na última sexta-feira (14). Foto: reprodução

O médico Antônio Teobaldo Magalhães Andrade, de 68 anos, preso na última sexta-feira (14) em Salvador, acumula uma série de irregularidades em seu histórico profissional e pessoal, além de duas condenações por estupro. Bolsonarista, ele atuou como médico por cerca de 40 anos e foi condenado por crimes cometidos em Joinville (SC), em 2021, e em Uruçuca (BA), em 2010. Ele também é acusado de usar falsa patente militar e de se apresentar como psiquiatra sem ter a especialidade reconhecida.

Nas redes sociais, o bolsonarista se apresentava como “Tenente Médico Antônio Teobaldo”, utilizando a patente para intimidar uma de suas vítimas e evitar que ela o denunciasse. No entanto, conforme apurou o programa “Domingo Espetacular”, da Record, ele não mantém vínculo com o Exército Brasileiro há 36 anos.

O farsante foi oficial médico temporário em 1985, alcançando o posto de primeiro-tenente, mas perdeu a patente após o fim de seu contrato.

No Facebook, sem novas atividades nos últimos 3 anos, ele se apresenta como “Tenente Médico Teobaldo”. Foto: reprodução

Ele foi condenado em segunda instância por um estupro ocorrido em 2021, em Joinville, onde atendia como clínico geral em uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF). Estava foragido desde fevereiro, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação e expediu mandado de prisão.

A vítima, uma paciente de 26 anos, foi abusada durante uma consulta. O bolsonarista também foi condenado em primeira instância por outro estupro, cometido em 2010, em Uruçuca (BA), contra uma adolescente de 13 anos. As penas somadas ultrapassam 27 anos de prisão.

Durante seu período na Prefeitura de Joinville, entre 2018 e 2021, Antônio Teobaldo acumulou cinco processos administrativos e 35 reclamações de pacientes. Entre as denúncias, estavam relatos de conversas de cunho sexual e religioso durante as consultas.

Ele foi exonerado por “conveniência da administração” em agosto de 2021, após a denúncia do estupro. Posteriormente, foi demitido por decisão administrativa, o que o impede de retornar ao serviço público municipal por cinco anos. A Prefeitura de Joinville destacou que outros dois processos administrativos contra ele ainda estão em andamento.

Outra irregularidade por ele cometida foi a falsa alegação de especialidade em psiquiatria. O Conselho Federal de Medicina (CFM) confirmou que ele nunca foi psiquiatra. Em 2019, ele ingressou com um processo pedindo o reconhecimento da especialidade, mas a solicitação foi negada por falta de documentação comprobatória.

A advogada das vítimas, Ana Paula Nunes, destacou o absurdo de ele exercer atividades para as quais não estava qualificado. “Um absurdo ele exercer uma atividade em que ele não era lotado para isso”, afirmou.

Seguidor fervoroso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele ignorou as condenações e tentou concorrer ao cargo de vereador em Itabuna (BA) pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB) nas eleições de 2024, antes de sua prisão ser decretada.

No entanto, sua candidatura foi indeferida pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa, que impede a elegibilidade de condenados por crimes contra a dignidade sexual. Além disso, ele não cumpriu o requisito mínimo de domicílio eleitoral.

Sem sucesso, Teobaldo foi candidato a vereador pelo PMB em Itabuna (BA) em 2024. Foto: reprodução

Sua prisão ocorreu após uma operação conjunta entre a Polícia Civil de Santa Catarina e o Departamento de Inteligência da Polícia Civil da Bahia.

Ele foi encontrado em uma casa no bairro Caminho das Árvores, em Salvador, onde tentou se esconder no sótão e será transferido para Joinville, onde cumprirá a pena pelos crimes cometidos.

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Last Update: 17/03/2025