
Um trabalhador teve seus 15 minutos de fama neste domingo, 16, no Rio. Ele surpreendeu ao “fazer o L” em referência a Lula durante a passagem do acuado Bolsonaro por Copacabana.
O ex-presidente havia acabado de participar de um ato que, embora prometesse reunir 1 milhão de pessoas, contou com apenas 18,3 mil manifestantes em seu auge, conforme levantamento da Universidade de São Paulo (USP).
A cena do trabalhador, sem se acanhar diante do bolsonarismo que dominava o local, ganhou repercussão nas redes sociais como símbolo de resistência.
A manifestação, marcada para a manhã de domingo, tinha como principal objetivo pedir anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, considerados o maior ataque às instituições democráticas desde a redemocratização.
Segundo Bolsonaro, essas pessoas teriam sido “atraídas para uma armadilha” e não representariam risco às instituições. O ex-presidente criticou o governo Lula, alegando que não esperava precisar lutar para libertar “pessoas de bem”.
Apesar dos apelos e do coro bolsonarista, o ato acabou apelidado de “flopado” devido ao baixo comparecimento de público. O Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, utilizou imagens aéreas e inteligência artificial para chegar ao número de 18,3 mil participantes no ponto máximo do protesto, com margem de erro de 12%.
Em contraste, a organização do evento havia ventilado a expectativa de atrair 1 milhão de apoiadores.
Além de Jair Bolsonaro, estiveram presentes o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o de São Paulo, Tarcísio Freitas, o de Santa Catarina, Jorginho Mello, e o de Mato Grosso, Mauro Mendes. Também compareceram o senador Flávio Bolsonaro, o senador Magno Malta, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, a vice-presidente do PL, Priscila Costa, o deputado federal Nikolas Ferreira e o pastor Silas Malafaia, que coordenou o ato.
O evento buscava pressionar o Congresso Nacional para aprovar um projeto de anistia.
Além de libertar os condenados pelos ataques de 8 de janeiro, a medida poderia beneficiar o próprio ex-presidente Bolsonaro, que está inelegível até 2030 após ter sido condenado em dois processos na Justiça Eleitoral.
Em carros de som, muitos participantes pediam a saída de Lula da Presidência e o retorno imediato de Bolsonaro ao poder.
A cena do trabalhador fazendo o “L” sintetiza não só o fracasso do evento, mas também aponta para o velório político do capitão que, inelegível, vê cada vez mais distante o sonho de disputar nova eleição em 2026.
Confira o vídeo:
Trabalhador “faz o L” para Jair Bolsonaro após manifestação em Copacabana.
Ex-presidente percorreu ruas do Rio de Janeiro após ato por anistia. Cercado por uma maioria de apoiadores, Bolsonaro também foi alvo de manifestações individuais de desaprovação.
🎥: @SamPancher e Breno… pic.twitter.com/7YV4GcnAcj
— Metrópoles (@Metropoles) March 16, 2025