Estresse prolongado aumenta risco de desenvolvimento de câncer

A professora de biologia celular e molecular de câncer da Karolinska Institutet, Sonia Laín, apontou que pesquisadores suspeitam que casos de câncer se desenvolvam a partir de uma situação de estresse ou medo prolongado.

A constatação foi publicada em um artigo no site The Conversation, em que a pesquisadora explica que o sistema nervoso autônomo ativa a produção de glicocorticoides (cortisol) e catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), os hormônios do estresse, quando uma pessoa está em perigo. 

Diante do estresse, outras funções fisiológicas, como responder a infecções e reparar ou remover células anormais, ficam em segundo plano. 

Consequentemente, o estresse e o medo podem não causar problemas no curto prazo. No entanto, além de doenças cardíacas, problemas de cicatrização de feridas e menor resistência a infecções, o estresse crônico também foi associado ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

Mas o nervosismo pode causar ainda comportamentos prejudiciais que aumentem o risco de desenvolvimento de câncer, a exemplo do tabagismo, alcoolismo ou compulsão alimentar.

A pesquisadora aponta ainda que não há associações entre estresse psicológico e câncer, mas existem pesquisas laboratoriais e avaliações que mostram que os mecanismos pelos quais o desgaste psicológico e a ansiedade crônica favorecem diretamente a gênese e o crescimento de tumores.

Isso porque um dos genes mais frequentemente mutados ou desativados em tumores é aquele que codifica a proteína p53, que pode ser uma parte importante do mecanismo pelo qual o estresse psicológico promoveria o crescimento do tumor. 

O estresse pode facilitar ainda o desenvolvimento do câncer por meio de vários mecanismos, como alterações do genoma, enfraquecimento do sistema imunológico e desativação de fatores supressores de tumores nas células.

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