O título do quinto álbum de BK resume sua trajetória até aqui. “Celebrar algumas conquistas, entender as lutas. Aprender com o passado e, de certa forma, esquecer algumas coisas para seguir em frente”, diz o rapper em entrevista a CartaCapital.

“Não se trata de fingir que o passado não existiu, mas de entender que ele não pode mais pesar, não pode ser uma algema. É preciso seguir atrás de outros diamantes – todo mundo tem os seus”, acrescenta.

Lançado pelo selo Gigantes, Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer traz 16 faixas que refletem sobre tempo, identidade e angústias. O álbum reúne um time diverso de artistas, seja por colaborações inéditas ou pelo uso de samples: Djavan, Milton Nascimento, Pretinho da Serrinha, FYE, Fat Family, MC Maneirinho, Luedji Luna, Evinha, Luciana Mello, Melly, Borges, Maui, Jenni Rocha e Trio Mocotó estão entre os nomes que aparecem no disco.

“Hip-hop sempre foi sample. O rap tem essa habilidade”, explica BK. “O sample se junta à essência do rap, que são a rima e o beat. No rap, a gente tem o costume de misturar as coisas.”

Dois samples se destacam no álbum: Esquinas, de Djavan, e Certas Canções, de Tunai e Milton Nascimento – este último, aliás, também participa de uma faixa ao lado de Melly.

“São músicas que eu ouvia em casa. Minha mãe ouvia”, relembra BK, que nasceu e viveu por 20 anos em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro.

O disco já soma dezenas de milhões de plays nas plataformas digitais em pouco mais de um mês de lançamento. “Está sendo consumido tanto pela galera mais nova quanto pela mais velha”, comemora.

O conceito do trabalho foi dar protagonismo aos samples. “Queria deixar o sample falar. Depois, venho com minha interpretação e o beatmaker faz a mágica. O conceito era esse. Chegamos a um resultado bem bacana.” A sonoridade do álbum é marcada por elementos de trap, boom bap e funk.

O projeto inclui ainda um curta-metragem de quase dez minutos, gravado em Harar, na Etiópia, conectando a história de BK ao país. O nome de batismo do rapper é Abebe Bikila Costa Santos, em homenagem a Abebe Bikila, maratonista etíope bicampeão olímpico, conhecido por correr descalço.

“A gente conseguiu dar esse start para projetos futuros em que vou usar mais meu nome. Um dia, meu nome artístico vai ser meu nome mesmo”, antecipa.

Sobre os números expressivos do novo álbum, BK vê um aprendizado. “Isso mostra para a galera que existe um caminho, mas é preciso paciência.”

E o que vem depois? “Rimar todo mundo já sabe que eu sei. A questão é: o que vou fazer com isso agora?”, provoca. A resposta está no próprio álbum: Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer traduz o que BK sempre buscou musicalmente.

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Last Update: 16/03/2025